ARTIGO| Museu da Mulher Cearense, por Luiz Carlos Diógenes

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O Sintaf fincou esta bandeira de luta no mesmo instante, anunciando-a na Carta de Fortaleza, documento oficial do evento onde a proposta foi apresentada

De Bárbara de Alencar, cearense por adoção em livre escolha, a Maria da Penha, exemplo vivo de cidadania resoluta, quantas mulheres cearenses devem ser lembradas por gerações afora, em memória de lutas travadas contra valores e ideologias, ostensivos ou dissimulados, do hegemônico patriarcado supremacista? O machismo resiliente, ardilosamente se reinventa, atualizando-se aos tempos pós-modernos, revolucionado, na transformação de seis por meia dúzia.

Políticas públicas determinadas, socialmente pedagógicas e historicamente oportunas, promotoras de emancipação humana, do Estado desenvolvimentista, podem interferir nesta equação sedimentada da era androcêntrica. O patriarcado é um cadáver que não se deixa enterrar. O Museu da Mulher Cearense se anuncia como uma picareta a cavar a dura rocha da sua sepultura.

Este instrumento cultural só existe, ainda, imaginariamente. Veio à tona como uma semente de vontade utópica lançada em campo fértil. Como e quando? Entre os dias 8 e 10 de novembro de 2023, ocorreu em Fortaleza o 9º Conefaz, congresso dos fazendários do Ceará. Seu sétimo painel, com o tema “O Protagonismo das mulheres à luz de Bárbara de Alencar” tinha como debatedoras a secretária dos Povos Indígenas do Ceara, Juliana Alves, e a deputada estadual Larissa Gaspar.

A proposta do museu para Bárbara de Alencar na comunidade de Itaguá, sul do Ceará, onde a heroína cearense está sepultada, foi lembrado e destacado como encaminhamento da audiência pública do poder Legislativo cearense no dia 28 de agosto de 2023.

Como estando a pensar em voz alta e com microfone na mão, a deputada Larissa vazou um assomo de ideia, lampejo para criação do Museu da Mulher Cearense, além do de Bárbara. Em debate provocativo o espírito da vontade ganhou corpo e alguma musculatura na fala de interlocutores que a impulsionaram para ir adiante.

O Sintaf, promotor do evento, fincou esta bandeira de luta no mesmo instante, anunciando-a na Carta de Fortaleza, documento oficial do evento, sugerindo a transformação do Mausoléu Castelo Branco, em vias de extinção pelo Governo do Estado, no Museu da Mulher Cearense. Mulheres do Ceará: força e coragem!

Fonte: O Povo

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