De acordo com dados divulgados pelo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA -15) apresentou um aumento de 0,44%, em maio deste ano, essa média também é conhecida como prévia da inflação. Na divulgação feita ontem (25), foi percebido uma queda em comparação com o mês de abril, que havia ficado em 0,60%. Contudo, o índice mensal é o maior para esse período desde 2016, acumulando ao total uma variação de 7,27% nos últimos meses, uma alta se equiparado com os 12 meses anteriores, quando foi registrado 6,17%.
Este crescimento do IPCA-15 deve-se por conta do impacto do aumento dos valores dos itens básicos do cotidiano e serviços fixos de moradia. Uma das principais altas registradas foi a da energia elétrica, que sofreu reajustes durante o mês, tendo Fortaleza uma das maiores elevações do país, apresentando regulação de 8,27% nas contas. Além desse acréscimo, também foi percebida pelas famílias cearenses a dilatação nos preços da alimentação, remédios e demais artigos de saúde, o que potencializou a dificuldade de compra e pagamento de produtos essenciais.
O educador físico e bailarino, Humberto Halemberc, ficou sete meses sem trabalhar durante o período de restrições decretadas pelo Governo do Estado e por conta da proliferação do vírus vários familiares se contaminaram com o coronavírus. O educador que ficou sem renda por conta da parada das atividades, pontua que sentiu os valores de medicamentos oscilarem drasticamente e afirmou que em um prazo de 20 dias viu o preço do mesmo remédio subir quase 100%.
“Não foi só nos remédios, foi em todos os aspectos, se a gente for contar com os itens da cesta básica, sabe se que o óleo está pela hora da morte, o arroz, a luz, a água, tudo isso. E pra quem é a renda da família ou perdeu o emprego e mora com a mãe e o pai, e os pais dependem, a situação fica muito complicada” explica Halemberc. Agora, com o retorno gradual das atividades nas academias, o bailarino voltou a dar aulas presenciais, apesar do momento ainda apresentar uma carga horária menor em comparação com o período pré-pandemia.
Impacto
O maior impacto sofrido pela prévia da inflação foi o do grupo saúde e cuidados pessoais, que teve uma elevação de 1,23% e que já vinha com um aumento de 0,44% em abril. O grupo foi influenciado pelo reajuste sofrido pelos medicamentos, que foi de 10,08%. Também foram destacados, a dilatação do valor do botijão de gás que foi de 1,45%, alimentação no domicílio com 0,50%, carnes subiram 1,77% e um dos principais itens consumidos pelos brasileiros, o tomate, subiu 7,24%, o alimento tinha demonstrado uma queda de 3,48%, em abril.
Com essa elevação muitos cearenses não estão levando itens essenciais nas compras, a vendedora autônoma e dona de casa Audilea Barbosa afirma que ultimamente está tendo que escolher entre alguns alimentos e que tudo apresenta um preço salgado. “Eu, no momento, posso pagar por muitas dessas comidas, mas e quem não pode? como faz? Tá sendo um período complicado pra todos, mas a gente vai levando como pode”, disse a autônoma.
O Estado