Sob forte aparato policial, servidores são impedidos de acompanhar votação da reforma da Previdência estadual

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Servidores das diversas categorias do Estado, a exemplo dos fazendários, se dirigiram mais uma vez para a Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE) na manhã desta quinta-feira (19) para mais um dia de mobilização contra a reforma da Previdência estadual. Vários dirigentes sindicais tentaram acompanhar a votação das emendas à Reforma, mas foram barrados na entrada na AL-CE. Os diretores do Sintaf Carlos Brasil, Bira Fontenele, Pedro Vieira, Wildys de Oliveira, Marlio Lima, Raimundo Filho e Remo César conseguiram adentrar a Casa, mas não tiveram acesso ao Plenário 13 de Maio para contestar o projeto. Já o diretor de Organização do Sintaf, Lúcio Maia, foi impedido de entrar.

Do lado de fora, os manifestantes demonstraram toda a sua insatisfação, denunciando que a reforma previdenciária estadual é pior que a federal, já que atinge, principalmente, os aposentados. Para dispersar os servidores, a Polícia utilizou bombas de efeito moral, gás de pimenta, balas de borracha e cassetetes. Durante o confronto, a presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde do Estado (Sindsaúde), Marta Brandão, foi atingida por estilhaços de uma das bombas e seguiu para atendimento em uma unidade de saúde. Indignados, os dirigentes sindicais criticaram duramente a truculência do governo Camilo Santana.

A reforma da Previdência estadual foi encaminhada pelo governo à Assembleia Legislativa no último dia 10, através de Emenda à Constituição estadual (EC) e Projeto de Lei Complementar (PLC). Em tempo recorde, a Reforma está sendo aprovada em regime de urgência sem qualquer discussão com as entidades representativas dos servidores. “Em âmbito federal, a reforma da Previdência foi discutida e aprovada em nove meses; aqui no Ceará, deverá ser aprovada em nove dias e sem nenhuma discussão com os trabalhadores”, criticaram os servidores estaduais.

“A proposta do governo estadual segue as diretrizes da federal, com um agravante: os servidores aposentados e pensionistas que recebem acima de dois salários mínimos terão que pagar 14% de contribuição previdenciária, caso esta tenha déficit. Como no Estado do Ceará, oficialmente, existe déficit, estes terão que contribuir após a reforma”, criticou o diretor de Organização Lúcio Maia. “Essa medida penaliza mais uma vez o servidor que já contribuiu para a sua aposentadoria”.

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