Servidores realizam Dia de Luta e buscam antecipar reunião com o governo

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Representantes de diversas categorias dos servidores públicos estaduais realizaram nesta quinta-feira (27/6), o Dia de Luta em Defesa da Reposição Salarial. Eles se reuniram no entorno do Palácio da Abolição desde as 8h da manhã, mas não chegaram às portas da sede do governo, que estava cercada por muitas grades, sob a vigilância de policiais militares. Os servidores reivindicam o reajuste de 20,64%, referente às perdas salariais desde o primeiro governo Camilo Santana, com base em estudo técnico do Fórum Unificado das Associações e Sindicatos dos Servidores Públicos Estaduais (Fuaspec).


 


“O percentual de 20,64% representa 1/5 do nosso salário. Nós precisamos fazer uma grande mobilização e exigir uma reunião com o Governador, para que ele possa nos dar o reajuste. Somos nós, servidores públicos, que prestamos serviço à sociedade; merecemos ter um salário digno. Não podemos recuar, a luta precisa crescer”, destacou o diretor de Organização do Sintaf, Lúcio Maia, em sua fala aos presentes.


 


O diretor ressaltou, ainda, a existência da Lei nº 14.867/2011, que garante a revisão salarial dos servidores no dia 1º de janeiro de cada ano. “O governo insiste em descumprir a lei, apesar de o Estado apresentar resultados favoráveis. De acordo com os relatórios da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) de abril de 2019, o Estado tem superávit orçamentário e tem dinheiro em caixa para conceder o reajuste; só falta vontade política”.


 


Para o conselheiro fiscal do Sintaf, Antonio Miranda, é difícil para o servidor dialogar com a sociedade diante do discurso da grande mídia, que repete a todo instante a “verdade” do governo. “A mídia fala de um Ceará que investe, que paga o servidor em dia. Mas o que acontece quando o governo corta o que seria nosso? Ele diz que vai aplicar em investimento. E o que nós, servidores, somos para o Estado?”, questionou. “Se a segurança piorar, se educação piorar, o que acontece? Há verbas específicas para isso. Os nossos salários estão sendo diminuídos e os investimentos não são feitos. Nós temos que reagir, ter força. Temos que convencer os nossos colegas a fazer o enfrentamento, quando necessário; temos essa obrigação de motivar a nossa categoria para a luta. É o nosso futuro que está em jogo”, completou.


 


“O reajuste do servidor é garantido por uma norma legal. Trata-se de uma questão de subsistência. Reajuste é salário e repercute na nossa saúde, na nossa alimentação. Não podemos ficar calados nem deixar de levar à sociedade a forma como os servidores estão sendo tratados por este governo. Eles alegam que não podem dar reajuste para os servidores porque precisam garantir os investimentos. Isso é inadmissível”, criticou o diretor do Sintaf, Bira Fontenele. 


 


Antecipação das negociações


 


Durante o ato, os dirigentes do Fuaspec foram chamados pelo assessor de Relações Institucionais do governo, Nelson Martins, para discutir sobre o motivo da manifestação. Na oportunidade, o diretor de Organização do Sintaf, Lúcio Maia, solicitou a antecipação da Mesa de Negociação Permanente (MENP Central) que tratará do reajuste para o final de julho, período em que serão publicados os relatórios da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) do terceiro bimestre deste ano. Até então, o acerto com o secretário de Planejamento e Gestão, Mauro Filho, era discutir o assunto no final de agosto. Nelson Martins se comprometeu a buscar a antecipação junto ao secretário Mauro Filho.