Haddad anuncia Gabriel Galípolo para diretoria de política monetária do BC

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nessa segunda-feira (8) os dois indicados do governo para compor a diretoria do Banco Central (BC). Gabriel Galípolo, atual secretário-executivo do Ministério da Fazenda, assumirá a diretoria de Política Monetária da autarquia, e Ailton de Aquino Santos, servidor do BC, foi indicado para a área de Fiscalização.

O anúncio é feito em meio a uma insatisfação do Palácio do Planalto, do Ministério da Fazenda e em grande parte do PT com as decisões do BC. O governo entende que as decisões são prejudiciais à atividade econômica.

Galípolo é um dos auxiliares mais próximos de Haddad e já era ouvido pelo presidente Lula nas questões econômicas desde o período da pré-campanha eleitoral. Atualmente, Galípolo ajuda a conduzir as discussões estratégicas do Ministério da Fazenda e esteve diretamente envolvido na elaboração do novo arcabouço fiscal e nos pacotes de medidas para reequilibrar as contas públicas.

Na última quarta-feira (3), o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC anunciou que não alteraria sua estratégia e manteve a Selic, a taxa básica de juros, a 13,75% ao anoNo dia seguinte, Lula retomou críticas à maneira como é feita a discussão sobre juros no Brasil e disse que Roberto Campos Neto, presidente do BC, não pensa no Brasil. “Como se um homem sozinho pudesse saber mais que a cabeça de 220 milhões de pessoas”, disse.

O Ministério da Fazenda quer que o BC adote novas visões sobre a política monetária com a entrada dos novos nomes. Além disso, pretende que a entrada de Galípolo possa representar uma transição ainda mais significativa. A projeção é que ele, no futuro, assuma a presidência da instituição. Campos fica à frente do BC até dezembro de 2024.

“Ele está indo para lá com a autonomia necessária para cumprir a lei, a mesma lei que os outros sete membros do Copom têm que respeitar”, disse Haddad ao anunciar os nomes.

“Todo mundo é testemunha do esforço feito de parte a parte no sentido de permitir coordenação maior das políticas fiscais e monetárias, dar um direcionamento único. Sempre fui um crítico do divórcio da política monetária e fiscal, até porque uso sempre a metáfora de que são braços do mesmo organismo trabalhando para o mesmo propósito”, disse Haddad ao contar que a primeira vez que ouvi o nome do Galípolo no BC foi de Roberto Campos Neto, durante o G20 na Índia.

Há hoje duas vagas em aberto na diretoria do BC, justamente as áreas de Política Monetária e Fiscalização. No fim do ano, mais dois mandatos se encerram e o governo poderá indicar novos nomes.

De acordo com a legislação de autonomia do BC, aprovada em 2021, cabe ao presidente da República a indicação dos nomes dos diretores. Em seguida, passam por sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal para, depois, serem levados ao plenário para aprovação.

Fonte: O Estado CE

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