Fazendárias celebram a força, a resiliência e a beleza de ser mulher

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Servidoras fazendárias e funcionárias do Sintaf e da Fundação Sintaf estiveram reunidas na manhã desta sexta-feira, dia 22 de março, no auditório da Sefaz, para o seminário “Despertar feminino: Cuidando do ser mulher”.

O evento, promovido pelo Sintaf com o apoio da Cafaz Saúde e Cafaz Corretora, contou com café da manhã, mesa de abertura e palestra com a psicoterapeuta e escritora Isa Magalhães, além de dinâmicas e sorteios de brindes.

Na mesa, composta apenas por mulheres, estiveram a coordenadora regional do Sintaf no Cariri, Célia Elói; a secretária executiva da Receita da Sefaz, Liana Machado; a presidente da AAFEC, Márcia Ximenes; a diretora financeira da Cafaz Saúde, Ivany Araújo; e a integrante do Conselho Curador da Fundação Sintaf, Wládia Alencar.

:: A palestra já se encontra disponível no canal do Sintaf Ceará no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=qhOvTsJYgNs

Mesa de abertura do evento. Ao microfone, a coordenadora regional do Sintaf no Cariri, Célia Elói

Gestoras compartilham experiências

A coordenadora regional do Sintaf no Cariri, Célia Elói, contou que, ao ingressar na Sefaz, logo foi chamada a assumir como coletora, o que foi considerado um absurdo por colegas. “Hoje temos várias mulheres que nos representam muito bem em cargos de liderança na Secretaria da Fazenda”, apontou. Mas, como a mulheres, ainda há muito a fazer. “Nós acompanhamos casos de importunação no elevador, mulheres vítimas de feminicídio. Precisamos nos unir para melhorar essa situação. Mas, para ajudar os outros é preciso, primeiro, trabalhar o ‘ser mulher’ e ter maior consciência de nós mesmas”.

A secretária executiva da Receita, Liana Machado, ressaltou ainda que muitas mulheres em cargo de gestão sofrem a cobrança de assumir uma posição masculina para realmente serem ouvidas. “Falam que a gente tem que bater na mesa e falar duro… Eu mesma passei por isso. Mas precisamos entender que a nossa forma de agir (no meu caso, com calma) é a nossa fortaleza”, afirmou. Ela enalteceu o evento, por resgatar o poder das mulheres e trazer o seu papel no sentido integral.

Secretária executiva da Receita, Liana Machado

Márcia Ximenes, presidente da AAFEC, parabenizou o Sintaf por trazer à pauta a valorização da mulher e lembrou que no meio sindical há desgaste nas negociações, com o predomínio do masculino. Outro ponto relevante trazido por ela, que atinge as servidoras aposentadas, foi a necessidade de combater o etarismo. “É algo muito forte que avança de forma silenciosa. Por que há preconceito quanto à mulher com mais de 60 anos, se esta é a melhor idade? Precisamos lutar contra o preconceito”, convidou.

A diretora financeira da Cafaz Saúde, Ivany Araújo, contou uma história diferente: aos 26 anos assumiu um cargo importante na Sefaz por incentivo do seu chefe, mesmo sem se sentir capacitada, pela pouca experiência. “Ele viu minhas notas no treinamento e me desafiou a provar que eu era capaz. Foi uma grande lição e tomei para a vida toda. A partir dali busquei me superar a cada dia. Foi assim a minha trajetória na Sefaz e também quando assumi a Cafaz, já aposentada. Me orgulho do que consegui fazer, inclusive num período complicado que foi a pandemia”.

Wládia Alencar, membro do Conselho Curador da Fundação Sintaf

A conselheira Wládia Alencar, que representou a Fundação Sintaf, destacou que também ela faz parte de uma geração de mulheres pioneiras na Sefaz. “Quando cheguei, fui trabalhar em posto fiscal e não existia mulheres lá. Para nós foi difícil conviver e nos posicionar como mulheres, com todas as demandas”, disse. Para ela, é uma alegria representar a Fundação Sintaf pelo trabalho desenvolvido na área socioambiental, com a comunidade do Poço da Draga. “Eu vejo nesse trabalho o lado feminino da Fundação. Precisamos de mais mulheres com esse olhar mais cuidadoso”, concluiu.

Cuidando do ser mulher

Em sua palestra, a psicoterapeuta Isa Magalhães iniciou lembrando que homens e mulheres são seres em transformação. “Durante a vida, assumimos várias personas e pagamos um preço por isso. O tempo passa, mas dentro de nós permanecem os sonhos”.

Para Isa, todas as mulheres necessitam de acolhimento e autoacolhimento, conexão consigo e com o outro, desenvolvimento da autoestima e do sentimento de pertencimento (à familia, ao trabalho, à cidade), além de receber e dar amor.

Da polarização da nossa cultura é que emergem os conflitos emocionais. “Temos dentro de nós as energias masculina e feminina. Na masculina, a emoção negativa é o orgulho que leva à violência; a positiva é o poder de realização. O segredo está em equilibrar com a energia feminina”, afiançou. Seria o equilíbrio entre o afeto e o racional, a união do homem e da mulher interior.

Para a palestrante, resgatar o “ser feminino” é focar no ecohumano (ecologia interior), na criatividade, na arte, no gerar e cuidar, no respeito pela vida, e nos ciclos da Mãe Terra (ecologia exterior). “Cada um de nós pode, sim, fazer a sua parte, pois fazemos parte do todo”.

Diante do modelo mental humano, que envolve um emaranhado de experiências, crenças e valores pessoais, há certa dificuldade de transitar em vários mundos (mental, emocional, comportamental e fisiológico). “O primeiro passo é aceitar quem somos. Caso contrário, é difícil nos adaptarmos à realidade da vida”, salientou Isa Magalhães.

Segundo a palestrante, o segredo é dar o melhor de si com a consciência de que não se controla os resultados. Além disso, parar de se culpar e cobrar-se excessivamente. Segundo ela, o autoconhecimento é fundamental para gerar motivação e entusiasmo. “A mulher integrada tem orgulho de ser mulher!”, evidenciou.

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