AAFEC celebra 32 anos com homenagens póstumas à vice-presidente da entidade, Maria do Carmo Serrazul

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Na manhã desta terça-feira, 14 de maio, fazendários ativos e aposentados celebraram os 32 anos da Associação dos Aposentados Fazendários Estaduais do Ceará (AAFEC), em missa celebrada no auditório da entidade. A comemoração também foi marcada por homenagens póstumas à vice-presidente da Associação, Maria do Carmo Serrazul (Mariazinha), falecida no último dia 27 de abril.




Na ocasião, o presidente da AAFEC, Gentil Rolim, destacou o momento de tristeza, mas também de gratidão e alegria pelos momentos de convivência com Mariazinha. Lúcio Maia, diretor de Organização do Sintaf, ressaltou que a vice-presidente foi uma lutadora pela democracia em nosso país. “Se temos uma democracia hoje, é graças a pessoas como Mariazinha, que lutou contra a ditadura de 1964. Além disso, ela sempre esteve conosco discutindo os pleitos da categoria, envolvendo ativos e aposentados, elevando o nível dos debates”, afirmou.




Diante da perda, a diretora financeira da AAFEC, Elenilda dos Santos, declarou: “A dor passa, mas a gente não esquece. O que nos sustentará são as lembranças boas, os sentimentos, as atitudes de Mariazinha. Esse é o legado que ela deixou para nós”, apontou.




O primeiro a presidente da AAFEC, Carlos Alberto Mendonça, o “Major”, recordou o processo de fundação da entidade. “Parece que foi ontem. Foi uma ideia, um sonho que se tornou realidade. Nossa primeira sala era na Senador Pompeu, ao lado de uma garagem, e hoje a AAFEC é esta entidade extraordinária”, comemorou. 


Também estiveram presentes na solenidade os presidentes da Cafaz, Marcus Augusto, e da UFFEC, Luís Pontes, os diretores do Sintaf Carlos Brasil, Mauro Bastos e Bira Fontenele, além de amigos e familiares de Maria do Carmo Serrazul. Todas as falas enalteceram o papel da AAFEC e a história de luta de Mariazinha. 



Saiba mais sobre Mariazinha




Maria do Carmo Moreira Serra Azul, conhecida como Cacau, nasceu em Fortaleza/CE, em 1951. Iniciou sua militância aos treze anos de idade, na JEC – Juventude Estudantil Católica. Tais grupos vinculados a Igreja deram posteriormente origem a organização clandestina Ação Popular (AP), grupo que Mariazinha, já sem vínculo com a igreja, junto com suas Irmãs Iracema e Helena, passou a fazer parte do movimento estudantil secundarista.

 


Em 1968, foi da diretoria dos estudantes secundaristas do Estado do Ceará (CESC). Neste mesmo ano, participou ativamente da revolta das saias, movimento de repúdio à diretora Adisia Sá, que apresentava posturas fascistas e de perseguição dentro da escola, e à cobrança de taxas naquela instituição de ensino. O movimento tomou as ruas da cidade, sendo considerada a maior revolta feminina da América Latina da Época.

 


Naquele ano, com o Ato Institucional 5 (AI-5), lutar contra a ditadura ficou mais perigoso. Em 1972, Mariazinha foi presa e brutalmente torturada pela equipe da OBAN: DOI-CODI comandada pelo delegado da Polícia Civil de São Paulo, Sérgio Paranhos Fleury, que atuava no Departamento de Ordem Política e Social (Dops). Depois de solta passou anos sendo perseguida, ameaçada de morte e impedida de terminar os estudos e de assumir concursos públicos.

 


Formou-se em Economia pela UFC, ingressou na Sefaz e continuou por muitos anos na luta.