Sem trégua, inflação deve fechar 2022 em 5,91%

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O brasileiro terá que esperar um pouco mais até a inflação cair um pouco. Isso porque a previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, avançou, passando de 5,88% para 5,91% para 2022. Isso significa que a previsão para o ano segue acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional, a meta é de 3,5% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 2% e o superior de 5%.

A estimativa é do Boletim Focus, divulgado nessa segunda-feira (28/11), pelo Banco Central. O documento projeta ainda a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos. Para o ano que vem, a projeção da inflação ficou em 5,02%, enquanto que para 2024 e 2025, as previsões são de 3,5% e 3%, respectivamente.
De modo igual, a projeção do mercado para a inflação de 2023 também está acima do teto previsto, apresentando uma trégua somente para 2023 e 2024, as metas fixadas são de 3,25% e 3%, respectivamente, também com os intervalos de tolerância de 1,5 ponto percentual. Isso quer dizer que para 2023 os limites são 1,75% e 4,75%.

Em alta
Em outubro, a inflação subiu 0,59%, após três meses de recuo. Com o resultado, o IPCA acumula alta de 4,7% no ano e 6,47% em 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para novembro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que é a prévia da inflação, também teve aumento de 1,17%

Taxa de juros
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic. A taxa foi definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom) e está no maior nível desde janeiro de 2017.
Ainda segundo a projeção do mercado, a expectativa é de que a Selic encerre o ano nos mesmos 13,75%. Para o fim de 2023, a estimativa é de que a taxa básica caia para 11,5% ao ano. Para 2024 e 2025, a previsão é de Selic em 8,25% ao ano e 8% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Em contrapartida, quando o Copom reduz a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

PIB e câmbio
A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano também variou, de 2,8% para 2,81%. Para 2023, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – é de crescimento de 0,7%. Para 2024 e 2025, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,7% e 2%, respectivamente. Desta forma, a projeção para a cotação do dólar está em R$ 5,27 para o final de 2022. Já para o fim de 2023, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5,25.

Fonte: O Estado CE

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