O fim do Fundo de Sustentabilidade Fiscal (Fesf) não parece ser um grande problema para o secretário estadual Fabrízio Gomes (Fazenda). Fora do vídeo no qual o governador Elmano de Freitas (PT) anunciou a extinção do Fesf do projeto enviado à Assembleia – estavam apenas o presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante, e o secretário estadual Salmito Filho (Desenvolvimento Econômico) -, ele demonstra maior preocupação com a mudança da alíquota do ICMS em gasolina, comunicação, transporte e energia.
Em entrevista exclusiva, Fabrízio afirmou que a lei complementar que mudou o cálculo do ICMS “vai impactar a economia do Brasil nos próximos cinco anos, para consertar”.
“Tem 9,2 milhões de pessoas no Ceará. Dessas, 4,9 milhões estão acima da linha da pobreza e 4,3 estão abaixo. E ainda tem quase 2 milhões na extrema pobreza. Esses 4,3 milhões não consomem gasolina. Tem o cara Uber, do Ifood… Pode até dar uma benefício diferenciado, mas eles também não estão abaixo da linha da pobreza. Então, o governo federal pegou recursos que eram gastos com educação e segurança, por exemplo, subsidiando a classe mais alta que usa gasolina”, analisou, criticando a medida tomada na gestão de Jair Bolsonaro (PL) e mantida por Luís Inácio Lula da Silva (PT). Ele ainda disse ser a favor do fim da política de paridade de preços da Petrobras.
Mas, para 2023, apesar de ele não esconder que almeja a retirada da gasolina dos itens essenciais de consumo a partir do próximo ano, resta ao secretário se voltar a estratégias internas para garantir a arrecadação. “Eu fiz uma listinha com dez coisas que eu quero antes da empresa chegar à Sefaz, eu já saber dela. Quero ter faturamento, arrecadação, número de emprego, qual importância para o segmento, em qual cidade está… o mínimo para saber como a Sefaz pode ajudar e como a empresa pode ajudar o Estado”, afirmou sobre o processo de concessão ou renovação de benefícios fiscais.
