Ruptura na Sefaz

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Na reportagem que foi manchete do O POVO de ontem, de autoria dos jornalistas Demitri Túlio e Thiago Paiva, há declaração intrigante da secretária da Fazenda Fernanda Pacobahyba. “Eu estou aqui para reconstruir a Sefaz”.


 


Ela falava sobre o uso dos dados existentes para combater crimes fiscais. A fala dela surpreende por alguns motivos. Já há algum tempo, a Sefaz participa de operações de combate a crimes que desvendaram grandes esquemas de sonegação. Então, essa integração já existia. Agora, há passos além. Parceria institucionalizada com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), novos investimentos. A perspectiva é de se avançar muito. Porém, a impressão que havia não era de terra arrasada, não era de uma secretaria a ser reconstruída.


 


A Sefaz, além disso, é visto como secretaria modelo desde o início da era Ferreira Gomes. O Estado bateu recordes de arrecadação e atravessou crises com situação relativamente confortável. A área gerencial do Estado era considerada de uma solidez que não parece ser a realidade encontrada pela atual dirigente. Pacobahyba, vale salientar, é servidora de carreira da pasta.


 


Além disso, a fala também chama atenção porque o antecessor na pasta é colega de Pacobahyba no secretariado. Aliás, não é, mas será. Ou seria. Bem, Mauro Filho foi anunciado secretário do Planejamento e Gestão, mas exerce, por ora, mandato de deputado federal. Enquanto a Seplag, que era a secretaria mais importante do Estado até dezembro, tem comando interino há três meses.


 


O fato é que Mauro Filho teve resultados positivos nos 12 anos que comandou a pasta. Também é verdade que, após a reeleição de Camilo Santana (PT), o governador decidiu que ele não deveria continuar à frente da pasta. Havia pressões externas pela troca.


 


Pacobahyba faz discurso de que não é apenas a continuidade gerencial de Mauro Filho. Quer ser mudança no governo de continuidade. O indicativo é de insuspeita ruptura.