Reunião extraordinária do Fuaspec define agenda de lutas pela reposição salarial

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Representantes do Fórum Unificado das Associações e Sindicatos dos Servidores Públicos Estaduais (Fuaspec) se reuniram na manhã da última terça-feira (2/4), na sede da Fundação Sintaf, para definir uma agenda de lutas com o objetivo de pressionar o governo a negociar a reposição salarial dos servidores estaduais. Passados três meses da data base da categoria, 1º de janeiro, o governador Camilo Santana ainda não recebeu os dirigentes do Fórum, apesar das diversas tentativas.


 


O índice solicitado pelos servidores é de 20,64%, visando recuperar as perdas salariais apenas do governo Camilo Santana, de 2015 a 2018. “Os relatórios da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) deste ano já foram publicados e o Estado continua apresentando superávit financeiro”, salientou o diretor de Organização do Sintaf, Lúcio Maia, no início da reunião. O Sintaf, além de compor a coordenação do Fuaspec, assessora o Fórum em seus estudos técnicos.


 


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Os números do Estado


 


De acordo com Lúcio Maia, o Estado obteve um superávit orçamentário de R$ 1,48 bilhão no período de janeiro e fevereiro de 2019. “Já receita tributária do Estado teve crescimento real de 5,02% no mesmo período, chegando a R$ 2,87 bilhões. Não há motivo para o governo não nos conceder o reajuste reivindicado pelos servidores estaduais”, completa Lúcio, reforçando que a despesa com pessoal continua abaixo do limite de alerta, conforme os relatórios da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).


 


A força dos servidores


 


“Precisamos demonstrar nosso poder de força. Para isso, a mobilização é fundamental”, avaliou a professora Virgínia Viana, do Sindicato dos Docentes da Universidade Estadual do Ceará (Sinduece). “Essa capacidade nós temos. É só deflagrar esse processo de forma aguerrida. Nós temos motivo para ir às ruas”, garantiu.


 


“Nós já conversamos muito, tomamos chá de cadeira… Chega de falar com intermediários. É hora de irmos direto ao Governador”, opinou Edmar Duarte, diretor do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do estado do Ceará (SindJustiça).


 


Para o presidente do Sindicato dos Servidores do Ministério Público (Sinsempece), Tony Távora, não há espaço para o comodismo. “Com a defasagem remuneratória, estamos ganhando menos. Temos que nos posicionar nas mídias oficiais do governo e participar dos atos. Político só tem medo de movimento de rua”, destacou.


 


Os dirigentes presentes também criticaram a atual proposta para a reforma da Previdência, que inviabilizará a aposentadoria de milhões de brasileiros, e as investidas do governo federal contra os sindicatos, aprovando medidas que visam enfraquecer os trabalhadores.


 


Encaminhamentos


 


Os representantes do Fuaspec definiram um calendário de ações para os próximos dias. Dentre eles está a publicação de uma nota conjunta nos jornais de grande circulação nesta sexta-feira (5/4), destacando a capacidade financeira do Estado, denunciando o descumprimento da data base e cobrando o reajuste dos servidores. Os dirigentes sindicais também buscarão interlocução com os deputados estaduais. O intuito é marcar uma audiência com o governador Camilo Santana com a maior brevidade possível. Se não houver nada de concreto nos próximos dias, os dirigentes sindicais prometem medidas mais enérgicas.