A entrega da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência, realizada, nesta quarta-feira, pelo presidente Jair Bolsonaro, provocou reações variadas no meio político. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que irá determinar a instalação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa na próxima terça-feira (26), para iniciar a tramitação do texto do projeto.
De acordo com Maia, se tudo ocorrer como ele está prevendo, a comissão especial será criada assim que a proposta passar pela admissibilidade da CCJ e poderá ser aprovada ainda no primeiro semestre. “Poderemos terminar o semestre com a matéria discutida com a sociedade, mostrando de fato qual é a proposta, o que a Câmara vai avançar, vai incluir, vai retirar”, disse.
Já o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse que o Congresso terá tempo para “aperfeiçoar” a proposta. Ele pediu a seus assessores um parecer com os temas que considera ser “um pouco mais polêmicos”.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), elogiou a reforma citando a importância estratégica para o Estado e o País como um todo, “sobretudo porque diminui a pobreza, aumenta a geração de empregos, diminui a miséria e coloca o Brasil dentro da faixa de crescimento, catapultando o Brasil a outro patamar”.
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), afirmou que o Governo precisa de uma estratégia para aprovar a reforma. “É preciso escolher bem o que vai ser discutido da Previdência para que a gente tenha uma reforma aprovada. Vai ser muito difícil aprovar a reforma da Previdência como está aí. O governo precisa de uma estratégia para isso”.
A oposição se mobilizou para que a hashtag #ReajaOuSuaPrevidênciaAcaba se tornasse o tema mais comentado do Twitter no Brasil. A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) disse que a “reforma da Previdência apresentada é uma afronta” e que ela “impõe pesadas perdas aos mais pobres”. O deputado Ivan Valente (Psol-SP) tratou de adjetivar duramente a proposta como “vergonhosa, indecente e maléfica aos trabalhadores brasileiros”.
PEGADINHA
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), criticou enfaticamente a proposta de reforma da Previdência. Ele disse que o texto cria insegurança jurídica e impõe um sistema de aposentadoria contra os mais pobres. “Parece pegadinha”, criticou, referindo-se ao regime de capitalização da proposta. O governador da Bahia, Rui Costa (PT), disse que a mudança no Benefício de Prestação Continuada (BPC) precisa ser repensada para não prejudicar os mais pobres. BPC seria de R$ 400 para idosos em miserabilidade entre 60 e 70 anos. “É melhor ter algo em que a gente consiga mais consenso para aprovar alguma coisa”, disse.