Reforma da Previdência: é tudo ou nada

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Com o início da votação da reforma da Previdência marcada para 19 de fevereiro, o Palácio do Planalto se movimenta de todas as formas para garantir o apoio dos deputados. Prova disso é que já anunciou que vai retomar as negociações de dotações orçamentárias destinadas a deputados federais e senadores para os seus redutos eleitorais que podem superar os R$ 30 bilhões. Com isso, o governo Michel Temer sinaliza que irá partir para o “tudo ou nada” pela aprovação do projeto. 


 


A Previdência é nossa


 


Os trabalhadores também irão continuar lutando contra a reforma da Previdência. A seguridade social é um direito histórico conquistado a duras penas, garantido na Constituição Federal, e está expressamente interligada à cidadania para a efetivação da dignidade da pessoa humana, vez que toda sociedade possui o dever de custear projetos de direitos sociais. “A Previdência é nossa e dela não abriremos mão. Vamos lutar para que a reforma seja rejeitada por completo”, avisa o diretor de Organização do Sintaf, Lúcio Maia.


 


Mobilização nacional contra a reforma


 


A Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Anfip) e a Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco) já formataram a agenda de fevereiro da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência Social. Todos os sindicatos filiados, inclusive o Sintaf Ceará, foram convocados a participar das atividades, que incluem mobilização parlamentar contra a Reforma da Previdência, em Brasília, de 19 a 21 de fevereiro. Nos dias 19 e 20, haverá ainda o Seminário em Defesa da Previdência Pública, com o tema “A Previdência Social que Queremos”, no Senado Federal (Auditório Petrônio Portela). Em breve divulgaremos o calendário de lutas no âmbito estadual.


 


Quórum necessário


 


Para aprovar a Reforma da Previdência, são necessários 308 votos de deputados. Serão dois turnos para que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) seja aprovada na Câmara dos Deputados. Em suas últimas projeções, o Planalto contava apoio de 240 deputados. No entanto, diante do jogo de interesses e da propaganda enganosa em torno da reforma, não dá para confiar nesses dados. Os trabalhadores em geral, inclusive os servidores públicos, devem reunir esforços e lutar contra esse grande ataque aos direitos sociais.


 


Por que somos contra a reforma da Previdência?


 


▪ Porque ela é perversa por exigir de todos os trabalhadores 40 anos de contribuição, prejudicando, sobretudo, as mulheres, que terão que contribuir 10 anos a mais e, principalmente, as professoras, que serão obrigadas a contribuir por mais 15 anos.


 


▪ Porque ela reduz o benefício dos(as) pensionistas a 50% do salário recebido pelo(a) cônjuge. Isso deixará muitos viúvos e viúvas em situação de penúria, já que a renda familiar poderá cair pela metade.


 


▪ Porque a previdência não é deficitária. A CPI do Senado comprovou que isso é uma grande mentira.


 


▪ Porque a reforma já começou, quando o governo federal reajustou o salário mínimo de 2018 em 1,8%, percentual muito abaixo da inflação de 2017, de 2,95%.


 


Essa luta também é sua


 


A luta contra a reforma da Previdência também é sua. Mobilize os colegas, converse com familiares e exponha as incoerências e mentiras desta proposta. Pressione os parlamentares em seus gabinetes, via e-mail e através das redes sociais. Não deixe de acompanhar as informações divulgadas pelo seu Sindicato e participe de todos os atos de rua. Defenda o seu direito à aposentadoria – e não apenas o seu, mas o das futuras gerações.