Em apenas 19 dias, a Receita Federal já recebeu mais de 10 milhões de declarações do Imposto de Renda (IR). Até o fim da tarde desta quarta-feira, 03, o número de contribuintes que acertaram as contas com o Leão já era superior a 10,2 milhões. Mesmo assim, o número equivale a somente 23,85% das 43 milhões de declarações que são esperadas pelas autoridades nacionais neste ano. O prazo para a entrega começou no último dia 15 de março e vai até as 23h59min do dia 31 do próximo mês de maio.
A Receita explicou que o novo intervalo foi necessário para que todos os contribuintes conseguissem ter acesso à declaração pré-preenchida, que é enviada duas semanas depois que os informes de rendimentos são entregues pelos empregadores, pelos planos de saúde e pelas instituições financeiras. Até o presente momento, as autoridades calculam que 81,1% das pessoas que entregaram a documentação deverão ter direito à restituição, enquanto outros 10,8% precisarão pagar o Imposto de Renda.
Somente 8,1% não terão imposto a receber e nem deverão pagar qualquer quantia. A maior parte dos documentos recebidos foi preenchida a partir do programa de computador, isto é, 75,8%. 13,6% dos contribuintes, por outro lado, preferiram preencher on-line, que é uma alternativa que também deixa o rascunho salvo nos computadores do Fisco, a nuvem da Receita Federal. 10,6% dos brasileiros declaram pelo aplicativo Meu Imposto de Renda.
A Receita também detalhou que 43% dos contribuintes entregaram a documentação necessária utilizando a declaração pré-preenchida, ferramenta esta que disponibiliza uma versão preliminar do IR, fazendo com que a pessoa só precise confirmar as informações indicadas ou retificar os dados. Além disso, a opção de desconto simplificado representa 57,5% dos envios.
É importante lembrar que, até 2019, o prazo de entrega da declaração era entre o primeiro dia útil de março e o último dia útil de abril. Depois da pandemia de covid-19, o tempo para declarar o IR passou a acontecer entre março e maio. Desde 2023, vigora no Brasil o prazo mais tardio, com início em 15 de março, possibilitando que os contribuintes preparem a documentação desde o fim de fevereiro, quando chegam os informes de rendimentos.
No ano passado, o Fisco recebeu um total de 41.151.515 documentos. Portanto, é esperado um recorde de entregas para 2024. É importante lembrar ainda que aqueles que entregarem a declaração depois do prazo, deverão pagar uma multa de R$ 165,74 ou 20% do imposto devido, prevalecendo o maior valor.
Neste ano, há uma série de mudanças na declaração, entre elas o aumento do limite de rendimentos que obriga o envio do documento, que subiu de R$ 28.559,70 para R$ 30.639,90. Tal alteração foi causada pela mudança na faixa de isenção, elevada pelo Governo Federal para R$ 2.640 em maio do ano passado. Tal novidade ocasionou um efeito cascata que refletirá sobre a obrigatoriedade da declaração e os valores de dedução.