Puxado por turismo e eventos, Ceará projeta PIB de 2,94% em 2022

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| DESEMPENHO | PIB cearense acumula alta de 2,89% apóso fechamento do 1° semestre. Retomada do turismo e Revéillon devem aquecer a economia, avalia Ipece

O desempenho do Ceará na produção de riquezas no fechamento do 1° semestre deste ano foi superior à média nacional. Entre janeiro e junho, o Produto Interno Bruto (PIB) cearense acumula alta de 2,89%, enquanto o Brasil teve alta de 2,5% no mesmo período. Os dados estaduais foram revelados ontem pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).
A partir do bom desempenho da primeira parte do ano, o Ipece já projeta como o PIB do Ceará deve fechar em 2022. Agora, a estimativa é de que o Estado apresenta avanço de 2,94%, acima da previsão para o Brasil, de 2,67%, previsto pelo Banco Central no último dia 29/9.

A aposta é na contínua evolução do setor de serviços, principal motor para a economia cearense. Segundo análise do coordenador de Contas Regionais do Ipece e professor da Universidade de Fortaleza (Unifor), Nicolino Trompieri, o impulso do turismo na alta estação deve ser um motor que vai impulsionar a economia.

Nicolino destaca que houve um aumento da perspectiva de melhora do PIB, revisado a cada trimestre, subindo de 1,57% (revisão anterior, em junho) para 2,94%. “Aguardamos que na segunda metade do ano se mantenha forte”.

“Principalmente por conta do fortalecimento do turismo no último trimestre do ano, que deve ser sem restrições pela primeira vez desde o início da pandemia. Agora, já estamos num ano relativamente bem, sem retrocessos das liberações sanitárias, e isso está ajudando nossa economia que é intensa em serviços”, complementa.
A intensidade da variação do PIB cearense na passagem entre o 1° trimestre e o 2° trimestre do ano foi praticamente duas vezes maior que a média nacional. No período, o Ceará avançou 2,39%, enquanto o Brasil apenas 1,2%.

Analisando o desempenho dos setores nessa passagem, destaque para agropecuária (+4,05%), que devido à boa quadra invernosa a safra de de milho, feijão, mandioca foram positivas e as produções de banana e coco-da-baía foram mais intensas. Na pecuária, atividades de leite, rebanho bovino e galináceo foram destaques.

Mas, os serviços foram a principal mola impulsionadora do resultado. Os serviços de alojamento e alimentação e transportes, muito ligados ao turismo e eventos, puxaram para cima o resultado. Aliando isso à volta das viagens executivas a partir da volta dos congressos, também acaba beneficiando o comércio, avalia coordenador do Ipece.

O ponto baixo do PIB cearense foi o desempenho da indústria, que, quando comparamos com o mesmo trimestre do ano passado, temos o segundo ciclo negativo seguido do setor. Ainda que menos intenso do que nos primeiros três meses de 2022, novamente, apenas o segmento da construção civil teve resultado positivo, de 4,84%. No ano, o setor acumula 5,21% de perdas.

“Como a indústria depende de grandes investimentos, o setor é mais sensível aos indicadores macroeconômicos, e o aumento dos juros pressionou o custo dos investimentos. Por isso a indústria da transformação não vem desempenhando bem no ano”, explica Nicolino, que ainda destaca as boas perspectivas para o setor de energia e construção, que demonstram tendência de alta.

Para o secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet) do Estado, Maia Júnior, a economia cearense está mostrando resultados dos esforços em políticas públicas de desenvolvimento sustentável.

“Com alegria estamos recebendo os dados do PIB trimestral, divulgado um dia após o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). São dois dos nossos principais indicadores em crescimento e isso revela que estamos no caminho certo”, celebra. (Colaborou Fabiana Melo)

PRINCIPAIS RESULTADOS DO PIB CEARENSE

Análise do período

Ceará (%)

2° trimestre x 1° trimestre: 2,39%
2° tri/2022 x 2° tri/2021: 3,38%
Acumulado 2022 (jan-jun): 2,89%
Acumulado em 12 meses: 3,1%

Brasil (%)

2° trimestre x 1° trimestre: 1,2%
2° tri/2022 x 2° tri/2021: 3,2%
Acumulado 2022 (jan-jun): 2,5%
Acumulado em 12 meses: 2,6%
Fonte: Ipece com dados do IBGE

 

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