Premier da Espanha diz na ONU que ricos devem pagar mais impostos

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A justiça social começa com a justiça fiscal, disse nesta quinta-feira, em discurso na Assembleia Geral da ONU em Nova York, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, que defendeu que os que têm mais devem pagar mais impostos.

A recente decisão do governo da região da Andaluzia de abolir o imposto sobre a riqueza, seguindo os passos da região de Madri — ambas governados pelo opositor Partido Popular — desencadeou um debate sobre a tributação na Espanha, onde o governo estuda a introdução de um imposto sobre grandes fortunas.

Sánchez, de centro-esquerda, disse que se deve perguntar aos cidadãos “que tipo de Estado de bem-estar social queremos”. A pandemia da Covid-19, lembrou ele, destacou o quão importante é ter saúde pública e educação de qualidade. Soma-se a isso o investimento público para mitigar as mudanças climáticas.

— A lição que devemos tirar de todos esses desafios que estamos superando é que precisamos de um Estado de bem-estar forte— afirmou, complementando que isso implica que todos “têm o dever de contribuir de acordo com suas forças para financiar esse Estado de bem-estar, a fim de obter um sociedade mais justa”.

— Não podemos entrar numa competição para reduzir impostos— disse, numa clara crítica às regiões autônomas que, por um lado, baixam impostos e, “por outro, pedem dinheiro ao governo central”: — A equação é muito simples: a justiça social virá de mãos dadas com a justiça fiscal.

Na Espanha, que vai receber 141 bilhões de euros do fundo de recuperação pós-pandemia da União Europeia, o principal desafio é a “desigualdade”, lembrou o premier, em seu discurso.

A ministra das Finanças, María Jesús Montero, anunciou, na quinta-feira, a intenção do governo de criar um imposto temporário para grandes fortunas, que entraria em vigor em 2023. Segundo a ministra, o governo está explorando “diferentes alternativas” para que a crise atual “não sobrecarregue os de sempre: a classe média trabalhadora”.

A criação do imposto sobre grandes fortunas era uma exigência do Podemos, parceiro de Sánchez na coalizão de governo, vinha fazendo desde o início da pandemia.

O governo Sánchez aprovou, recentemente, um imposto temporário sobre os lucros extraordinários das empresas de energia, que se beneficiaram da crise causada pela invasão russa da Ucrânia, bem como para bancos.

Fonte: Jornal Extra

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