Pix internacional: o que é e como o Brasil servirá de modelo

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Em desenvolvimento desde 2016, o Pix é um case de sucesso do sistema financeiro brasileiro

O Banco de Compensações Internacionais (BIS), localizado na Suíça, desenvolveu a plataforma “Nexus”, semelhante ao sistema brasileiro de pagamentos instantâneo do Pix, para testar em 60 países. Atualmente, as operações já estão em Cingapura, Malásia e na Zona do Euro.

Por isso, o aplicativo europeu tem sido chamado de “Pix internacional”. Recentemente, a Colômbia e Canadá também se interessaram pela tecnologia brasileira.
Em nota ao Diário do Nordeste, o Banco Central (BC) disse ter sido procurado por diversos países para compartilhar o modelo, as regras de negócio, especificações técnicas e a experiência de todo o projeto de desenvolvimento e lançamento do Pix, bem como as perspectivas futuras.

“Não comentaremos sobre quais países procuraram especificamente, mas são países em diversos continentes diferentes”, afirmou.
O Pix é o meio de pagamento instantâneo e gratuito para pessoas físicas, desenvolvido pelo Banco Central entre 2019 e 2020.

Atualmente, qualquer pagamento ou transferência feita usando diferentes formas pode substituída pelo Pix, com o uso apenas do aparelho celular.

O sucesso do método fez, inclusive, o presidente Jair Bolsonaro (PL), reivindicar a paternidade do projeto na campanha eleitoral. Mas a ferramenta já era desenvolvida pelos especialistas da instituição ainda no governo Michel Temer, em 2016.

Desde o surgimento, em novembro de 2020, a agosto deste ano, mais de 19,9 bilhões de transações foram realizadas via Pix. Destas, 827 milhões foram no Ceará.
Recentemente, o chefe adjunto do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do BC, Carlos Eduardo Brandt, informou que a instituição também estuda a elaboração de uma solução de pagamentos instantâneos do Brasil para outros países.

“Há claramente um esforço internacional de melhorar os pagamentos transfronteiriços, porque hoje existe um processo de pagamento internacional que geralmente é custoso, tem algumas questões em termos de rastreabilidade, de onde o pagamento está e quando vai chegar. Não são pagamentos intuitivos, fáceis, rápidos”, informou.

O Pix brasileiro pode acabar?

Não. Independentemente do Governo em que o recurso foi lançado e dos que vierem a seguir, o Banco Central (BC) garante que a agenda evolutiva do Pix é permanente e prevê o lançamento de diversas novas funcionalidades.

Quais as diferenças entre o Pix e outras transações?

As transferências tradicionais no Brasil são entre contas da mesma instituição (transferência simples) ou entre contas de bancos diferentes (TED e DOC), enquanto o Pix é mais uma opção disponível.

Uma das diferenças é que, com o Pix, não é necessário saber onde a outra pessoa tem conta. Você realiza a transferência a partir, por exemplo, de um telefone na sua lista de contatos, usando a Chave Pix.

Outra diferença é que o Pix não tem limite de horário, nem de dia da semana e os recursos são disponibilizados ao recebedor em poucos segundos. O Pix funciona 24 horas, 7 dias por semana, entre quaisquer bancos.

Diferenças para boleto

Os pagamentos por boleto exigem a leitura de código de barras, enquanto o Pix pode fazer a leitura de um QR Code. A diferença é que, no Pix, a liquidação é em tempo real, o pagador e o recebedor são notificados a respeito da conclusão da transação e o pagamento pode ser feito em qualquer dia e horário.

Diferenças para cartão de débito

As transações de pagamento utilizando cartão de débito exigem uso de maquininhas ou instrumento similar. Com Pix, as transações podem ser iniciadas por meio do telefone celular, sem a necessidade de qualquer outro instrumento.

Por isso, o Pix tende a ter um custo de aceitação menor por sua estrutura ter menos intermediários.

Benefícios do Pix

Para pagadores:

Rapidez, segurança e baixo custo;
Agilidade;
Praticidade;
Possibilidade de integração a outros serviços no smartphone.

Para recebedores:

Baixo custo de aceitação;
Disponibilização imediata dos recursos;
Facilidade de automatização e de conciliação de pagamentos;
Facilidade e rapidez de checkout.

Ecossistema:

Eletronização dos meios de pagamentos;
Competição entre meios de pagamento;
Estímulo à entrada de fintechs e big techs;
Grande potencial de inclusão financeira;
Ambiente seguro.

Fonte: Diário do Nordeste

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