PF investiga Flávio Bolsonaro por crime eleitoral

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| INQUÉRITO | Senador é suspeito de falsificação de documento público para fins eleitorais. Flávio Bolsonaro diz que denúncia é “desprovida de fundamentação”


 


Além de ser investigado na esfera cível por suspeita de improbidade administrativa, o ex-deputado estadual e atual senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), citado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) por ter recebido R$ 96 mil de forma fracionada entre junho e julho de 2017, é suspeito de falsificação de documento público para fins eleitorais, segundo inquérito da Polícia Federal do Rio de Janeiro.


Na quarta-feira, 6, a Procuradoria-Geral da República, em Brasília, recebeu o inquérito da PF que apurava possível crime eleitoral praticado por Flávio ao declarar imóveis comprados por meio de “negociações relâmpago” ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com valores supostamente abaixo do real. O caso, revelado pelo jornal O Globo e confirmado ao Estado, tramitava desde março de 2018 na Procuradoria Regional Eleitoral do Rio (PRE-RJ).


No inquérito há a citação de que as negociações teriam resultado em aumento do patrimônio do senador. Há também citação à suposta lavagem de dinheiro. Em nota, Flávio afirma que a denúncia é “desprovida de fundamentação”. “No âmbito estadual ela foi arquivada e, com absoluta certeza, também terá o mesmo destino no âmbito federal”, diz o texto.


Com o recebimento do inquérito, a PGR irá agora analisar se o caso permanece no Rio ou se passa a tramitar no TSE. O Estado apurou que, em um primeiro momento, a expectativa é de que seja utilizada a nova interpretação do Supremo Tribunal Federal que restringiu o foro apenas a crimes praticados durante o mandato. Com isso, o caso voltou à 1ª instância.


De acordo com fontes ligadas à investigação da PRE-RJ, a Procuradoria deve se manifestar pela não configuração de crime eleitoral na prestação de contas do senador no TSE, caso a investigação volte para atribuição do órgão. Segundo essas fontes, em análise ainda superficial, não foram encontrados indícios do crime a ser investigado no âmbito da Justiça Eleitoral.


Sobre a investigação do Coaf, o promotor Luís Otávio Lopes assumiu ontem a investigação sobre as movimentações financeiras atípicas de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). Inicialmente designado para o caso, o promotor Claudio Calo se declarou suspeito na noite de anteontem.


Calo declarou suspeição um dia após receber a investigação sobre Queiroz, após repercussão negativa de antigas publicações que fez no Twitter. Nelas, o promotor compartilhou postagens sobre a família do presidente Jair Bolsonaro, em tom considerado “simpático”, e comentou o caso Queiroz.


 


(Agência Estado)