OPINIÃO: Brasil: elevador social enguiçado

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A crise atual tem abalado a renda da classe média, sufocada pela perda do emprego e pelo aumento dos gastos. Pelos cálculos da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, elaborada pelo Dieese, o salário mínimo necessário para a sobrevivência de uma família seria de R$ 4.385,75, ou 4,39 vezes os R$ 998,00 pagos atualmente.


Somente com oito dos 12 produtos da cesta básica, a média de gastos foi de R$ 450. Talvez esse dado apresente uma pista sobre as razões das pessoas que comprometem os gastos no cartão com o parcelamento das compras do supermercado. O supervisor técnico do Dieese no Ceará, Reginaldo Aguiar, explica que essa estratégia de compra é totalmente errada, mas entende o nível de achamento da renda.


A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) já tinha alertado para o achamento da classe média em 36 países. No caso da classe média brasileira, pelos levantamentos da entidade, esse segmento social ganhava entre US$ 4.968 (R$ 19 mil) e US$ 13.247 (R$ 50,7 mil).


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DEFESA DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS


A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE) lançou nota contra os cortes de 30% nas verbas das universidades e dos institutos federais do País. O conselheiro estadual e membro da Comissão Nacional do Exame de Ordem, Vanilo Carvalho, em contato com a coluna, revela a indignação com a situação.


Na nota, a OAB ressalta que a universidade pública é o berço da produção científica do País em todas as áreas. O aperto no orçamento e a retirada de investimentos nos cursos são vistos com preocupação, podendo comprometer a formação de milhares de estudantes e o desenvolvimento de grandes pesquisas.


Fonte: Coluna da Neila Fontenele | O Povo