MEC ainda não comprou 10,6 milhões de livros previstos para rede pública

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Para que livros chegassem no início do ano letivo, edital previa que os contratos fossem firmados até o fim do ano passado; ministério nega atraso


Mais de 10,6 milhões de livros literários que foram escolhidos por professores de escolas públicas do país para serem usados pelos alunos ao longo deste ano ainda não foram comprados pelo Ministério da Educação (MEC). Até essa segunda-feira, 4, quando as aulas na maiorias das redes de ensino já teve início, parte dos contratos com as editoras não foi nem ao menos assinado.


O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão responsável pela compra dos exemplares, lançou edital no ano passado que, depois de quatro anos sem nenhuma aquisição, previa a compra de 58 milhões de obras — o maior volume desde 2001. Para que os livros chegassem nas mãos dos alunos no início do ano letivo, o edital previa que os contratos fossem firmados até o fim do ano passado.


Das 256 editoras que tiveram obras selecionadas, 96 ainda aguardam a assinatura para começar a imprimir os exemplares e depois distribuí-los. O MEC diz que, por causa da grande quantidade de editoras e obras participantes, muito maior do que o padrão de outros editais do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), não conseguiu finalizar toda a contratação em 2018.


Os ocupantes dos principais cargos do órgão (presidente, diretores, coordenadores) foram exonerados em 11 de janeiro, após a divulgação de erro em outro edital do PNLD, e ainda não foram nomeados os novos dirigentes. Servidores disseram que a maioria dos contratos ficou pronta ainda no início de janeiro, mas não há responsáveis para assiná-los.


Em nota, o ministério disse que “a autarquia já possui dirigentes nomeados necessários para o normal andamento dos contratos”. No entanto, uma consulta no Diário Oficial da União mostra que nenhuma editora selecionada pelo edital teve a contratação efetuada neste ano.