Ministro da Saúde cobrou o presidente, disse que não se trata de uma gripezinha e defendeu isolamento
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, apresentou neste sábado (28) a ministros do governo e o presidente Jair Bolsonaro, cenários possíveis para a pandemia do novo coronavírus, que até então já causou 114 mortes e 3.904 casos confirmados no Brasil.
Mandetta aproveitou a oportunidade para cobrar Bolsonaro por sua defesa ao isolamento vertical, cenário que geraria 12 vezes mais mortos do que o isolamento total , segundo estudo, e, de acordo com informações do jornal O Estado de S.Paulo , indagou: “Estamos prontos para caminhões levando corpos?”
O chefe do Ministério da Saúde do governo federal criticou ainda as manifestações feitas pelos apoiadores de Bolsonaro , dizendo que “Os mesmos que fazem carreatas vão ficar em casa daqui a duas semanas. Não é hora de carreatas”. Mandetta disse ainda que o novo coronavírus não é uma “gripezinha”, como já afirmou o presidente.
O ministro traçou paralelo que conecta as mortes pelo novo coronavírus com quedas de aviões, e disse que a morte de 1.000 pessoas no País é equivalente a queda de quatro aviões comerciais de grande porte. Ele aproveitou para cobrar Bolsonaro: “Estamos preparados para o pior cenário, com caminhões do Exército transportando corpos pelas ruas? Com transmissão ao vivo pela internet?”, questionou.
Segundo O Estado , Mandetta cobrou que o presidente crie um “ambiente favorável” para pacto entre governo federal, estados, municípios e setor privado. O pedido teria como objetivo unificar medidas e colocar critérios científicos sempre como prioridade no controle do contágio da Covid-19 .
Citando fontes, o jornal diz que Mandetta não irá pedir demissão em meio à pandemia do coronavírus, mas que admite deixar o ministério após isso, se for o caso. Ele teria discutido com Bolsonaro e cobrado que o presidente não menospreze a gravidade da situação em manifestações públicas, chegando a ameaçar cobrança pública. Contrariado, o chefe do poder executivo teria ameaçado demitir o ministro nesse caso.
Fonte: Último Segundo, via O ESTADO DE SÃO PAULO