Hidrogênio Verde: um negócio só para os inteligentes

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Assim como a Fiec e a UFC preparam a mão de obra, as empresas e os empresários cearenses devem correr para descobrir onde podem e devem investir no Hub do H2V e das energias renováveis

Há um cavalo puro sangue, todo selado, passando à galope diante de empresas e empresários do Ceará.

Trata-se do projeto de instalação do Hub do Hidrogênio Verde do Pecém, que está a oferecer uma lista de oportunidades aos que, inteligentes e com algum capital, se dispõem a investir num dos muitos nichos de negócio da extensa cadeia produtiva do H2V.

Vale repetir que, para tornar-se verde, o Hidrogênio a ser produzido no Complexo do Pecém, terá obrigatoriamente de ser produzido com energias limpas – hidráulica, eólica, solar ou biomassa. E é aqui que nasce a primeira chance da participação cearense na agregação de valor ao processo de separação das moléculas da água por meio da eletrólise.
Esta coluna já divulgou que a australiana Fortescue, que parece ser a mais adiantada das 24 empresas com as quais o governo do Ceará celebrou Memorandos de Entendimento, já garantiu a energia renovável necessária à operação de sua futura indústria de produção industrial do Hidrogênio Verde.

Os australianos, além do Memorando, assinaram pré-contrato com a direção do Complexo do Pecém, onde, na geografia da ZPE do Ceará, construirão sua planta, para o que tomam providências relativas aos projetos de engenharia e à contratação de empresas fornecedores – e aqui está outra oportunidade para as empresas cearenses competentes.

Desenvolvido pela Omega Energias, a usina solar fotovoltaica que garantirá energia à Fortescue será instalada na área de oito mil hectares da antiga fazenda do Grupo J. Macedo, na geografia dos municípios de Aracati e Icapui.

Essa gigantesca usina – considerada a maior do mundo – terá oito milhões de painéis solares. Seu licenciamento ambiental já foi aprovado pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace).

Esses painéis solares serão instalados sobre estruturas metálicas simples, incluindo os acessórios como porcas e parafusos, itens que a indústria metalúrgica do Ceará está apta a fabricar. Eis aí mais uma chance para os cearenses.

Aqui já estão instaladas duas grandes empresas que fabricam equipamentos para a geração de energia eólica onshore (em terra firme) – a brasileira Aeris, em São Gonçalo do Amarante, e a dinamarquesa Vestas, em Aquiraz. Um grande engenheiro cearense revelou à coluna que ambas têm lugar para “bons fornecedores cearenses, é só procurá-las”.

Esse mesmo engenheiro aconselhou o empresariado do Ceará a abandonar o costume de sempre criticar o governo, e a assumir uma atitude proativa, tirando proveito das novidades, “e não há melhor e mais desafiadora novidade que esta da implantação do futuro Hub do H2V no Pecém”.

Como lembrou a mesma fonte, o Ceará será mesmo um grande produtor e exportador de Hidrogênio Verde, a nova fonte mundial de energia limpa que a inteligência humana começa a desenvolver para livrar o planeta dos combustíveis fósseis, emissores dos gases de efeito estufa que aquecem a Terra e tornam difícil a vida humana em todos os quadrantes do globo.

Produzir Hidrogênio Verde em escala mundial é o que mobiliza hoje o universo da Ciência e da Tecnologia. É por isto mesmo que a mão de obra exigida por esse desafio não é nem será qualquer uma. Será uma mão de obra altamente qualificada, especializada, de nível superior, razão pela qual a Universidade Federal do Ceará (UFC) se adiantou e criou um curso exclusivo para formar esse time de técnicos.

Da mesma maneira, a Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), por meio do seu Senai, criou e implantou – em uma área de 15 hectares, na Barra do Ceará, em Fortaleza – o Centro de Excelência de Transição Energética voltado ao treinamento e qualificação de pessoal das empresas geradoras e operadoras de usinas solares fotovoltaicas e eólicas onshore instaladas e em funcionamento no estado.

Do mesmo engenheiro, fonte destas informações, esta coluna ouviu o seguinte conselho e a seguinte advertência dirigidos aos empresários cearenses:

“Parem de reclamar. Troquem o vício das conversas nas redes sociais, pelas quais destilam o veneno de suas críticas às obras feitas, e ponham-se em movimento. À sua frente há um mundo de chances de novos negócios. Identifique-os e corra atrás deles, antes que pernambucanos, paulistas e paranaenses cheguem aqui e tomem de vocês a oportunidade”.

Fonte: Diário do Nordeste

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