Governo revê crescimento do PIB estadual por conta de coronavírus

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Sem conseguir medir o prejuízo que a crise desencadeada pela Covid-19 causou no Estado, o diretor-geral do Ipece afirma que os cálculos estão sendo revistos no Ceará, da mesma forma que o IBGE deve rever o PIB nacional

Em decorrência da desaceleração econômica global causada pela pandemia de coronavírus, as projeções de crescimento da economia cearense já estão sendo revistas pelo Governo do Estado. Segundo o diretor-geral do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), João Mário Santos de França, até o último trimestre a expectativa era de um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em torno de 2% para 2020. “Isso já está sendo revisto, do mesmo modo que está sendo feito com o (PIB) do Brasil”, diz França.

O diretor-geral do Ipece avalia que ainda é cedo para mensurar os possíveis impactos negativos na economia cearense. “Acredito que vá diminuir um pouco (a estimativa do PIB), e na próxima perspectiva a gente vai ter um olhar melhor sobre a crise. E eu imagino que a gente já tenha alguma revisão para baixo”, diz. “A gente ainda está no olho do furacão e é difícil mensurar os impactos”. Quanto ao PIB estadual de 2019, cujo resultado deverá ser divulgado nos próximos dias, a expectativa de França é que fique entre 1,6% e 1,9%, acima do crescimento nacional (1,1%).

Impactos

Diante das medidas tomadas para evitar contaminações por coronavírus, o que inclui isolamento, suspensão de aulas e restrições de eventos com aglomeração de pessoas, o Governo do Estado espera um impacto na arrecadação. “Ainda não temos um estudo de avaliação, mas certamente vai ter algum impacto na economia cearense, como está refletindo na nacional. Vai depender de como será o grau de isolamento da população”, diz França.

Dentre os setores que serão mais impactados no Estado estão os de comércio e serviços. “Se a circulação de pessoas for reduzida, todo o comércio e serviços vai sofrer bastante. Toda essa parte de lazer, de compras, será muito impactada se o nível de isolamento for parecido com o que está acontecendo na Europa”, disse.

Segundo a secretária da Fazenda do Ceará, Fernanda Pacobahyba, além do impacto na arrecadação, conforme a doença for avançando os estados terão dificuldade para suportar o aumento dos gastos com saúde. Sobre as medidas do ministro da Economia, Paulo Guedes, ela destacou como positivo o direcionamento de recursos para fortalecer o consumo. “Isso é importante porque essa situação pode ser muito ruim para a economia”.

Estímulo

Na noite de segunda-feira (16), Paulo Guedes, anunciou um pacote de R$ 147,3 bilhões em medidas emergenciais para socorrer setores da economia e cidadãos mais vulneráveis. Algumas iniciativas poderão ser implementadas de forma imediata pelo Executivo, mas R$ 60,3 bilhões dependem do aval do Congresso Nacional, incluindo um repasse extra para tentar pôr fim à fila do programa Bolsa Família.

A equipe econômica focou em medidas que afetam o fluxo de caixa, mas não têm impacto fiscal no saldo final do ano de 2020.

Fonte: Diário do Nordeste

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