PEC dos Precatórios é “pedalada”
Já o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), reagiu e disse que o parcelamento dos precatórios em até dez anos é uma pedalada fiscal que pode ser enquadrado como crime de responsabilidade. Ramos é o primeiro vice-presidente da Câmara e assume a Mesa Diretora na ausência de Lira. Após virar alvo de Bolsonaro, ele pediu acesso aos mais de 100 pedidos de impeachment protocolados na Casa e disse que fará uma análise desses documentos.
“Assisti abismado o governo anunciar que vai encaminhar a esta Casa uma PEC para parcelar compulsoriamente precatórios. Rolar dívida de um ano para o outro para abrir espaço fiscal tem nome no Brasil, o nome disso é pedalada. Isso já gerou o impeachment de uma presidente da República, e agora o governo resolveu constitucionalizar a pedalada”, afirmou, em discurso no plenário. “Isso é inadmissível, isso é pedalada, isso é crime de responsabilidade hoje. Isso é calote.”
Ainda sobre a PEC dos precatórios, Ramos disse que o governo vai dar o calote nos professores, já que parte dessas dívidas se refere ao extinto Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef). Uma lei aprovada no Congresso estabeleceu que 60% desses precatórios devem ser obrigatoriamente aos profissionais de educação. Para 2022, foram expedidos precatórios para Bahia, Pernambuco, Ceará e Amazonas.
Outras unidades da federação têm valores a receber, mas ainda não foram contemplados. Estão na fila Maranhão, pendente de recurso, e Pará, que não obteve a expedição de precatório para 2022.