Filhos de Bolsonaro defendem Moro e atacam site que divulgou mensagens sobre a Lava-Jato

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Força-tarefa divulgou nota para rebater a reportagem, dizendo que “seus membros foram vítimas de ação criminosa de um hacker”


Gustavo Maia


 


BRASÍLIA – Embora o presidente Jair Bolsonaro ainda não tenha se manifestado publicamente sobre as mensagens trocadas com procuradores da Lava-Jato pelo ex-juiz federal Sergio Moro , os seus três filhos políticos já saíram em defesa do atual ministro da Justiça e da Segurança Pública. Eles minimizaram as conversas divulgadas pelo site The Intercept Brasil, e atacaram a forma como as informações foram obtidas, segundo eles, por meio de uma invasão criminosa.


Fundador do site e um dos autores das reportagens publicadas no fim da tarde do domingo, o jornalista americano Glenn Greenwald também virou alvo dos Bolsonaro por ser casado com o deputado federal David Miranda (PSOL-RJ) e ser crítico do presidente.


Mensagens atribuídas a Moro e ao procurador Deltan Dallagnol, do Ministério Público Federal (MPF), sugerem que os dois combinaram atuações enquanto trabalharam na operação Lava-Jato. A força-tarefa de Curitiba divulgou nota para rebater a reportagem, dizendo que “seus membros foram vítimas de ação criminosa de um hacker que praticou os mais graves ataques à atividade do Ministério Público, à vida privada e à segurança de seus integrantes”.


A reportagem ainda cita mensagens entre os procuradores nas quais eles teriam discutido no aplicativo Telegram uma maneira de barrar a entrevista do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizada por um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).


Interceptações


Em nota, o ministro da Justiça lamentou “a falta de indicação de fonte de pessoa responsável pela invasão criminosa de celulares de procuradores. Assim como a postura do site que não entrou em contato antes da publicação, contrariando regra básica do jornalismo.”