Entidades realizam ato contra o fim da Justiça do Trabalho

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Centro | Profissionais unificam-se em ato contra declarações de Jair Bolsonaro. Fórum deve ser criado para discutir e ampliar o debate sobre o tema


 


Entidades, associações e centrais sindicais se uniram contra uma possível extinção da Justiça do Trabalho, em manifestação na manhã de ontem em frente ao Fórum Autran Nunes, no Centro. No ato, o clima era de preocupação com causas sociais diretamente afetadas por um possível fim de uma justiça especializada nas causas trabalhistas.


 


O movimento ocorre em resposta ao presidente Jair Bolsonaro (PSL), que afirmou, em entrevista ao SBT de 3 de janeiro, que estuda o fim da Justiça do Trabalho.


 


O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Ceará (OAB-CE), Erinaldo Dantas, definiu o momento como histórico. “Não é contra governo algum. É a favor da democracia, dos direitos fundamentais. A Justiça do Trabalho é extremamente eficiente, garante a eficácia dos direitos do trabalho no Brasil. 


 


Não podemos permitir que uma instituição como essa, que já garantiu a vida e a dignidade de tantas vidas, corra o risco de acabar”, ponderou.


 


Dantas anunciou que haverá um fórum permanente para discutir justiça do trabalho no Estado e dar continuidade ao movimento iniciado ontem. Participaram do evento advogados, procuradores, juízes.


 


A manifestação foi puxada pela Associação dos Advogados Trabalhistas do Ceará (Atrace). Nos sindicatos, a presença maior foi marcada pelo Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos do Município de Fortaleza (Sindifort).


 


“Entendemos a importância de todos os movimentos sociais estarem à frente desse ato. Já basta o presidente Bolsonaro ter extinguido o Ministério do Trabalho. A Justiça do Trabalho é para o trabalhador. Ela tem dado muito resultado e o fim seria a crescente precarização dos serviços e também falta de fiscalização que vai existir, por exemplo, nos acidentes de trabalho”, declarou Nascelia Silva, presidente do Sindifort e secretária-geral da Intersindical no Ceará.


 


Entoando gritos de “ninguém solta a mão de ninguém”, o Sindifort puxou um abraço coletivo ao Fórum Autran Nunes.


 


Erinaldo Dantas citou ofício o Tribunal Superior do Trabalho (TST), enviado às Cortes Regionais, desmentindo possível extinção da área. “O presidente do TST disse que esteve com o presidente Bolsonaro que afirmou: ‘não está no nosso radar acabar com a justiça do trabalho'”, comentou Dantas.


 


FRASE


 


A frase “Ninguém solta a mão de ninguém” repercutiu logo após o fim do segundo turno das Eleições 2018, com a vitória de Jair Bolsonaro para a Presidência da República.