Entenda qual será o cenário econômico que o presidente eleito terá de lidar

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Presidente eleito terá a dura missão de equilibrar as contas públicas. Para analistas, porém, promessas não cabem no Orçamento

Neste domingo (2/10), 156,4 milhões de eleitores devem comparecer às urnas para votar no 1º turno das eleições de 2022. Seja quem for o vencedor da disputa ao Planalto, uma certeza é clara, de acordo com analistas: o cenário econômico a ser enfrentado será mais desafiador do que o atual. Um dos principais desafios será justamente o equilíbrio das contas públicas, que não é compatível com promessas populistas feitas pelos dois candidatos à frente das pesquisas.

Um dos motivos desse cenário pouco favorável é o freio de mão da política monetária puxado, pois não será possível para a atividade econômica manter o ritmo de crescimento atual com uma taxa de juros básica (Selic) em patamar elevado, de 13,75% ao ano, pelo menos, até junho de 2023. Essa previsão do mercado, inclusive, foi confirmada pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na semana passada, durante a apresentação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), que cogitou um “primeiro corte” no mês de junho do ano que vem, mas não descartou ainda um ajuste para cima na Selic, se for necessário.

Além disso, o país não ficará imune ao processo de desaceleração global, que está em curso. Para piorar, de acordo com os analistas, os riscos fiscais são crescentes. O consenso entre eles é que a questão fiscal será mais desafiadora, apesar de as autoridades tentarem minimizar o problema, ao comemorarem a queda de 78,2% para 77,5% da dívida pública bruta em relação ao Produto Interno Interno Bruto (PIB) entre julho e agosto.

De acordo com analistas, as principais promessas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do presidente Jair Bolsonaro (PL) não cabem no Orçamento de 2023, que foi encaminhado pelo Executivo ao Congresso Nacional no fim de agosto, e estouram a regra do teto de gastos — que já caiu em descrédito desde 2020, quando foi ampliado com a PEC dos Precatórios.

Lula e Bolsonaro já sinalizaram que pretendem mudar o atual arcabouço fiscal, mas analistas destacam que ainda não está claro o que eles pretendem colocar no lugar das regras atuais, que estão frágeis e precisam de modernização dentro de uma discussão transparente e que transmita credibilidade no processo de mudança. Especialistas também apontam a reforma tributária como uma das prioridades do próximo governo. Ela precisará ser encaminhada logo no início do mandato para garantir melhores condições para o crescimento do país, desatando os nós do emaranhado de impostos que travam a economia e que só fazem o país perder competitividade no cenário internacional.

Fonte: Correio Braziliense

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