Qual será o futuro das factorings com a criação da Empresa Simples de Crédito (ESC)? O economista e consultor Sérgio Melo ressalta que o objetivo da ESC é trazer inclusão financeira para pequenos negócios, permitindo a concessão de crédito para microempreendedores individuais e companhias de pequeno porte. A ideia parece boa, mas o seu impacto pode ser diferente.
Ele explica que é preciso considerar dois pontos fundamentais: 1) muitos agiotas aproveitarão a oportunidade para se formalizar, tornando a prática da agiotagem uma atividade legal; 2) a medida pode ocasionar o fechamento de muitas factorings e securitizadoras estabelecidas no mercado.
Na avaliação de Sérgio Melo, as Empresas Simples concorrerão de forma desleal com as factorings. “A maioria das factorings não tem receita bruta de R$ 4,8 milhões, o que as leva a atuar na mesma faixa de mercado da ESC”, acrescenta.
FAVORECIMENTO TRIBUTÁRIO
As Empresas Simples de Crédito recebem um tratamento tributário diferente das factorings. Essas companhias não foram incluídas no regulamento do Imposto de Renda, dentre outras obrigações como a tributação pelo lucro real. Diante disso, o economista destaca que isso pode contribuir para uma migração das factorings e securitizadoras para ESC, em função das condições mais vantajosas.