Em 15 anos, número de trabalhadores 50+ mais que dobrou no Ceará

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Em 2021, foram registados 281,1 mil postos de trabalho, enquanto em 2006 haviam 138 mil profissionais. Requalificação é primordial para manutenção do emprego

O número de trabalhadores com mais de 50 anos no Ceará mais que dobrou em 15 anos. O aumento registrado foi de 103,6%, partindo de 138.062 empregados no Estado no mercado formal de trabalho, em 2006, para 281.167 profissionais 50+, em 2021. Os dados foram concedidos pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e obtidos com exclusividade pelo O POVO.

O total de empregos formais registrados no Ceará no ano passado foi de cerca de 1,5 milhão de pessoas, sendo que a população 50+ representava 18,3% do total. Esse percentual era um pouco menor em 2006 e atingia apenas 14%, dos 989,4 mil trabalhadores. O que significa que a participação desse grupo no estoque geral de emprego evoluiu 30,7%.

De maneira geral, o estudo, realizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais), revela que o mercado de trabalho está seguindo uma tendência de envelhecimento da população.

Para o secretário do Trabalho do Governo do Ceará, Vladyson Viana, a população tem aumentado sua expectativa de vida, sua vida laboral e as pessoas permanecem mais tempo na força de trabalho, isso, naturalmente, acarreta no envelhecimento da população que ocupa os postos de trabalho.

“Qual a atitude que podemos tomar enquanto política pública? É preparar esses trabalhadores para esse novo contexto. Sensibilizar o setor industrial com pesquisas deste porte e preparar esses trabalhadores para ocuparem esse novos espaços”, explica o próprio questionamento Viana.

O diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi, confirma que o estudo é uma espécie de mapa dos trabalhadores 50+ no Brasil, importante para se entender o impacto da transição demográfica no mercado de trabalho, que vem ocorrendo de maneira acelerada.

“Um dado que chama atenção é o maior aumento nas vagas para os níveis de maior escolaridade, o que comprova que quem parar de estudar vai ficar para trás”, alerta Lucchesi, que complementa que esse é um cenário que precisa ser considerado na elaboração e implementação de políticas educacionais e de emprego.

“Requalificação é palavra-chave. Nos diferentes países, surgem iniciativas do governo, das empresas e de instituições de ensino, envolvendo estratégias para atualizar os profissionais ou mesmo recolocá-los no mercado”, explica.

No Ceará, o diretor regional do Sesi, Paulo André Holanda destaca que que existe um alinhamento com a CNI em relação ao Programa Sesi Senai de Ações Inclusivas (PSSAI), que inclui o público 50+.

“A maioria dos cursos são de aperfeiçoamento profissional e os mais procuradas são de Tecnologia da Comunicação e Informação (TCI), Gestão, Panificação, Costura para moda e Logística. Além da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e da EJA profissionalizante. O Ceará em termos de conclusão dos cursos ficou em primeiro lugar em analise nacional”.

Fonte: O Povo

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