Egídio Serpa: Melão, a exigência chinesa

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NEGÓCIOS


No ano passado, a Agrícola Famosa, maior produtora de melão do País, com fazenda em Icapuí, no Leste cearense, exportou para o exterior, principalmente para a Europa, 140 mil toneladas dessa fruta e vendeu no mercado interno brasileiro outras 100 mil toneladas. Seu faturamento em 2018 foi praticamente o mesmo de 2017: R$ 600 milhões. Luiz Roberto Barcelos, sócio e diretor de produção da empresa, informa: neste ano, a área plantada – de 10 mil hectares espalhados pelo CE, RN, PI e PE – será mantida. Se acontecer a abertura de novos mercados, como o da China, “aí ampliaremos a área de cultivo”, antecipa.


Os chineses desconfiam de que o melão brasileiro hospeda a “mosca do Mediterrâneo”, o que não é verdade, segundo afirma Luiz Roberto Barcelos. Esse inseto penetra em frutas de casca fina, como a manga e a uva, “mas no melão, que tem a casca grossa, ela não entra”. A China quer obrigar o congelamento do melão a um grau centígrado. “Não aceitamos essa exigência, primeiro porque o melão não tem a ‘mosca do Mediterrâneo’, segundo porque o congelamento afetaria o sabor da fruta”, explica o empresário.