Dia do Trabalhador: Sindicatos e centrais fazem ato na Capital

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Milhares de manifestantes se reuniram na Avenida Beira Mar, na tarde de ontem (1º), em manifestação marcando a data do Dia do Trabalho. Sindicatos, centrais sindicais e partidos de esquerda marcaram presença, com bandeiras, faixas, camisas e palavras de ordem principalmente contra a proposta de reforma da previdência do Governo Federal, que atualmente tramita na Câmara dos Deputados.


Concentrados em frente ao espigão na Avenida Rui Barbosa desde as 15 horas, em meio à chuva, os manifestantes já exibiam faixas de repúdio à proposta da reforma e ao presidente Jair Bolsonaro, além de dizeres de apoio à atuação dos sindicatos no Ceará. Muitos manifestantes ainda usavam roupas ou erguiam cartazes com os dizeres “Lula livre”.


Após percorrerem cerca de meio quilômetro na avenida, em direção ao clube Náutico, o grupo dobrou à direita na Rua José Vilar e, mais uma vez na Avenida da Abolição, fazendo, então, o caminho contrário na via paralela. De lá, seguiram para o Largo Luis Assunção, ao lado do Centro Cultural Belchior, na Praia de Iracema, onde foi realizado ato político e cultural, em continuação à manifestação.


Will Pereira, presidente da Central Única dos Trabalhadores do Ceará (CUT-CE), ressalta as principais pautas elencadas pelas associações e sindicatos presentes no ato. “Estamos com diversas bandeiras, entre elas mais empregos, salários dignos, porque a reforma trabalhista que veio retirou diversos direitos, caiu muito no que diz respeito ao salário mínimo, e o ponto principal é contra a reforma da previdência”, pontuou.


Ele destaca, ainda, a relevância da participação das mulheres, elencando que elas deverão ser as principais afetadas pela mudança proposta. “Estamos botando outros pontos importantes, para que se possa compreender a importância da mulher na sociedade, porque ela, hoje, não pode ser vítima de atos machistas. Não só no Ceará, mas em todo o País tem acontecido atos criminosos contra mulheres e não podemos aceitar”, continua.


Gardênia Baima, do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Ceará (Sindiute), reiterou. “Nós temos, durante esse ano, apostado na possibilidade de fortalecermos a luta entre os trabalhadores pelos direitos, mas sobretudo pela sobrevivência das mulheres e dos jovens, que estão morrendo sobretudo nas periferias. Todo dia temos relatos de ameaças, medidas protetivas que na maioria das vezes não adiantam”, diz ela, ressaltando, ainda, a bandeira de apoio à memória de Marielle Franco. “Ela representa hoje, para o mundo todo, simbolicamente, a luta em defesa dos direitos das mulheres.”


Participaram do ato, ainda, a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), a Central Sindical e Popular Conlutas (CSB-Conlutas), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), o Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos Municipais de Fortaleza (Sindifort), a unidade sindical Unidade Classista e as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.


MP 873


Nascélia Silva, secretária-geral da Intersindical Central da Classe Trabalhadora no Estado do Ceará, pontua que a manifestação se opõe também à Medida Provisória 873/2019, que altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) de modo a vedar o desconto em folha de contribuições sindicais.


“Primeiro, acabaram com a contribuição sindical, que nós do sempre fomos contra a medida, fomos à Justiça contra, e agora vem uma MP que proíbe que o trabalhador, assinando sua mensalidade sindical, possa ter descontada a contribuição em folha. Aqui, no Ceará, vários sindicatos que tiveram esse direito já cortado conseguimos derrubar através de liminar em primeira instância”, explica.