Ceará é oitavo estado com maior percentual de startups do Brasil

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|EMPRESAS DE INOVAÇÃO| Levantamento de entidade representativa do setor aponta que o Estado teve uma expansão de 26% nesse modelo de negócio, que ainda busca se interiorizar

O Ceará aparece como o oitavo estado com o maior número de startups do Brasil, embora tenha participação de apenas 2,6% no total de empresas provedoras de soluções inovadoras para os mais diferentes tipos de segmentos.

O levantamento, feito por amostra, pela Associação Brasileira de Startups (ABStartups) mostra ainda que esse modelo de negócio teve crescimento, no Ceará, de 26% em 2023, incluindo segmentos complexos como o do transporte aéreo, a exemplo do que fez a Vertical Connect, por exemplo, que apresentou protótipo de ‘carro voador’ no fim do ano passado.

Embora expressivo, o percentual ficou abaixo do verificado nacionalmente, que foi de 47,9%, e apenas ligeiramente superior ao verificado em Fortaleza, que ficou em 25,6%. A pesquisa mostra, nesse sentido, a dificuldade em interiorizar o formato.

Para realizar o estudo que verificou também o perfil sócio-econômico dos fundadores e colaboradores dessas empresas, a ABStartups considerou um universo de 2.593 startups brasileiras, sendo 63 delas sediadas no Ceará, distribuídas por 12 municípios de diferentes regiões do Estado. A Capital, contudo, concentra 77,7% do universo pesquisado. Entre os Estados, a maior concentração de startups fica em São Paulo, com 38,3% do total.

Conforme o diretor técnico do Serviço Brasileira de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Alci Porto, uma das razões que explicam a concentração das startups nas regiões Sul-Sudeste, bem como nas capitais, de um modo geral, é que “o berço da startup são as universidades e os centros tecnológicos de inovação. E onde eles estão localizados hoje? No Sul e no Sudeste. Na verdade, eu chego a me atrever a dizer que 80%, no mínimo, das instituições de tecnologia e de inovação do País se encontram nessas duas regiões”.

Ele lembra que naquele eixo geográfico “existe uma promoção da tecnologia e inovação das origens da industrialização do Brasil que se deu naquelas regiões, principalmente, ligadas ao agronegócio, no caso do Sul, que é muito forte” e acrescenta que “esse fator justifica um pouco o fato de o Ceará não ter uma participação muito mais intensa. Na verdade, a gente teria que comparar o nosso Estado ao ambiente do Nordeste, onde existe a mesma problemática”. Regionalmente, a propósito, apenas a Bahia aparece ligeiramente à frente do Ceará, com 3,1% do total de startups do País.

Alci Porto destaca ainda que “o Sebrae já está fazendo essa ponte entre as empresas inovadoras e as empresas tradicionais através das suas entidades, principalmente as federações. Agora, é importante ressaltar que o que fez com que esses estados, que estão mais avançados, tivessem uma amplitude da oferta das startups foi a organização dos ecossistemas de inovação” e afirma que a instituição está implementando quatro centros de inovação no Interior e um centro na Capital.

“O Ceará começou, de dez anos para cá, a ter uma descentralização. Nós já temos mais de 60 faculdades e universidades presentes no nosso interior do estado. E o Sebrae não poderia deixar de estimular que, através dessas entidades de ensino, a inovação estivesse presente discutindo com os setores produtivos, em cada território do interior”, ressalta o diretor técnico da entidade.

Para o gerente de Inovação e Novos Negócios do Instituto Atlântico, Luiz Alves, com a expansão e a interiorização, “hoje existe uma pauta no Estado dando voz, em coro, ao ecossistema de startups e trazendo essa representatividade para o ecossistema. Então essas ações começam a ser articuladas e quando isso acontece você passa a ter complementaridade”.

“Se a gente continuar nesse processo tanto de colaboração como de compreender mais o propósito de um startup, que não é um fornecedor como qualquer outro, que precisa de apoios específicos, natural de um ecossistema que ainda está em processo de amadurecimento, eu tenho certeza que a gente vai continuar crescendo”, conclui Luiz Alves.

PERFIL DAS STARTUPS
NÚMERO DE EMPRESAS Crescimento (2022-2023)
Fortaleza – 25,6%
Ceará – 26%
Brasil – 47,9%

RANKING POR ESTADO
1º – São Paulo – 38,3%
2º – Minas Gerais – 9,3%
3º – Santa Catarina – 9%
4º – Paraná – 7%
5º – Rio de Janeiro – 6,3%
6º – Rio Grande do Sul – 6,2%
7º- Bahia – 3,1%
8º- Ceará – 2,6%

Principais segmentos no Ceará

Educação – 11,1%
Marketing – 11,1%
Tecnologia – 11,1%
Finanças – 6,3%
Impacto social – 6,3%

Principais segmentos no Brasil

Educação – 10,3%
Financeiro – 9,2%
Saúde e Bem-Estar – 8,9%
Tecnologia – 8,6%
Varejo – 5,2%

Fonte: ABStartiups

Fonte: O Povo

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