Ceará é o maior em número de startups no NE e capta R$ 2,3 bilhões

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|7º DO PAÍS| Grande Fortaleza ainda concentra maior parte das 440 empresas de inovação do Estado, totalizando 326, seguido pelo Cariri com 28

O Ceará é o sétimo estado do Brasil e o maior do Nordeste em número de startups, com 440 empresas do tipo, conforme revelou mapeamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Ceará (Sebrae-CE).
Esses dados foram apresentados ontem, em Fortaleza, durante a abertura do evento Inova Summit Negócios, que reúne 144 expositores, em programação que segue pelo dia de hoje e que tem como foco atrair investidores para empresas de inovação. Nesse sentido, as startups cearenses captaram R$ 2,3 bilhões em 2022, segundo o levantamento do Sebrae.

A grande concentração desse modelo de negócio ainda se dá na Grande Fortaleza que conta com 326 startups. Outras 114 estão distribuídas por 29 municípios do Interior do Estado, com destaque para a região do Cariri, que tem 28 empresas de inovação. Já na segmentação por área de atuação, o maior número de startups cearenses está no setor de saúde e bem-estar (57), seguido por educação (46) e varejo (44).

Embora um número expressivo de startups cearenses ainda esteja em fase de incubação e sem faturamento (cerca de 175), outras 89 têm faturamento anual superior a R$ 360 mil, sendo consideradas de pequeno, médio ou grande porte. O diretor-técnico do Sebrae, Alci Porto, enfatizou que o Estado tem startups que são referências mundiais. “Elas trazem soluções para problemas que antes nem sequer se pensava em resolver”, pontuou.

“Eu creio que, com a rede de inovação implementada, e cada vez mais investimentos nesses jovens empreendedores que apostam em setores ousados e estratégicos, a meu ver em menos de cinco anos, o Ceará vai ter boas novidades”, acrescentou Porto ao ser questionado sobre a possibilidade de surgir uma startup unicórnio cearense, ou seja, com valor de mercado acima de US$ 1 bilhão.

Já o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Ricardo Cavalcante, lembrou que “hoje um terço dos recursos do planeta está nas mãos das gerações Y e Z, ou seja, de quem tem menos de quarenta anos de idade. Eles trouxeram ideias inovadoras para as empresas de seus familiares, ao sucedê-los, ou começaram a empreender por conta própria”.

Por sua vez, o secretário executivo do Comércio, Serviço e Inovação da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e do Trabalho do Ceará (Sedet-CE), Júlio Cavalcante Neto, disse que o ambiente favorável às startups no Estado se deve aos investimentos em educação e aos programas de planejamento estratégico, tais como Fortaleza 2040 e o Ceará 2050.

Mesmo setores mais tradicionais como o agronegócio tem se destacado em inovação no Ceará e já conta com 24 startups relacionadas diretamente ao setor e outras 25 indiretamente. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), Amílcar Silveira, citou exemplos de tecnologias pioneiras desenvolvidas localmente.

“O Ceará já é celeiro de tecnologia há alguns anos. Aqui feito o primeiro clone de ovelhas do Brasil. Aqui teve o primeiro caprino transgênico. Produzir alimentos no semiárido é muito desafiador, mas se, no passado, o Sol era um grande adversário, hoje conseguimos usá-lo para ter produtividade 30% maior do que a média nacional”, exaltou Silveira.

Por fim, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim, ressaltou que o Ceará e o Brasil têm uma grande oportunidade de criar novos negócios relacionados à cadeia do hidrogênio verde (H2V). “É uma nova janela de oportunidade que vai ajudar a resolver demandas não só da sociedade brasileira, mas a nível mundial”, conclui.
Mercado de games no Ceará pode quintuplicar até 2025
Um dos destaques da programação do Inova Summit Negócios, o mercado de jogos eletrônicos (games) projeta quintuplicar de tamanho até 2025.

Hoje, segundo o presidente da Associação Cearense de Desenvolvedores de Jogos (Ascende Ceará), Arison Uchoa, existem cerca de 30 empresas mapeadas no Estado (das quais cinco se configuram como startups) que movimentam pelo menos R$ 4 milhões por ano, mas que no atual ritmo de crescimento pode chegar a R$ 20 milhões até 2025.

Além do caráter de entretenimento, Uchoa destaca que “os jogos podem trazer diferenciais para as indústrias tradicionais do Estado, tais como a metal-mecânica e a de panificação, entre outras. Então, os jogos podem ser usados como um meio para atingir os consumidores, trazendo tecnologias para desenvolver o potencial de outros tipos de negócios aqui no Ceará”.

Já o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim, argumentou que o crescimento da indústria de games, não só no Ceará como no Brasil, “é resultado de um processo de formação de profissionais na área de comunicação, na área de aplicativos, na área de software que já vinha acontecendo e que hoje se multiplicou com a explosão desse mercado “.

Fonte: O Povo

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