Segundo o secretário de Turismo de Fortaleza, Alexandre Pereira, a receita representa um acréscimo de 5% em relação ao ano passado. Apenas Fortaleza deve girar um terço deste valor, ou seja, R$ 126,6 milhões
O feriado de Carnaval deve trazer significativa injeção de recursos para a economia do Estado. A previsão é que, no Ceará, sejam movimentados R$ 380 milhões no período momino, segundo revela o secretário de Turismo de Fortaleza, Alexandre Pereira.
Ainda de acordo com o titular da Setfor, a receita representa um pequeno acréscimo – de 5% – em relação à festa do ano passado. Somente o município de Fortaleza deve ser responsável por um terço desse montante (cerca de R$ 126,6 milhões).
“Fortaleza vem se colocando como um destino para o Carnaval. Durante muitos anos, as pessoas vinham com intuito de descansar e iam para o Carnaval nas praias. Mas com a consolidação das festas de Pré-Carnaval, a cidade tem atraído mais turistas, que veem que a própria população fortalezense acaba curtindo bastante o período”, destaca Alexandre.
Voos extras
Pereira ainda ressalta a quantidade de voos extras que serão oferecidos entre os dias 1º e 5 de março. “Devemos ter 33 voos adicionais, entre pousos e decolagens. A Capital ainda tem a vantagem de ser porta de entrada e saída do Estado. Alguns turistas vêm antes e ficam em Fortaleza para depois irem para as praias, ou o contrário”, pontua o secretário.
Do total de frequências extras, 29 serão operadas pela Gol Linhas Aéreas, que devem ligar a Capital cearense, seja como origem ou destino, às cidades de Recife, Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro, Belém, Cuiabá e Belo Horizonte. Os quatro voos restantes são ofertados pela Azul Linhas Aéreas Brasileiras de ou para Campinas, em São Paulo.
Além de Fortaleza, o Aeroporto de Jericoacoara – Comandante Ariston Pessoa também deve receber frequências adicionais, operadas pela Gol. O destino terá seis voos a mais para os terminais de Congonhas e Guarulhos, ambos em São Paulo.
Rede hoteleira
Faltando ainda 10 dias para a festa, a rede hoteleira do Estado já registra ocupação de 70% dos leitos, segundo Ivana Bezerra, vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Ceará (ABIH). “Hoje, estamos nesse patamar e nossa expectativa é de que repitamos pelo menos o resultado do ano passado, que chegou a 85% dos quartos ocupados”, afirma. Ela acrescenta que, normalmente, há muitas reservas feitas de última hora, já perto do feriado.
Além disso, a programação para o Carnaval, segundo Ivana, tem contribuído para o aumento do otimismo no setor. “As pessoas ligam para os hotéis, perguntam sobre as atrações e depois que ficam sabendo já fecham a reserva”, enfatiza a porta-voz da ABIH.
Bares e restaurantes
O sentimento de otimismo também atinge o setor de serviços, segundo Moraes Neto, presidente do Sindicato de Restaurantes, Bares, Barracas de Praia, Buffets e Similares do Estado do Ceará (Sindirest-CE). “Nossa expectativa é muito boa. Neste ano, a data demorou um pouco mais a chegar. Mas, de certa forma, é bom, porque as pessoas já estão um pouco mais desafogadas da pressão de início de ano, apesar de ainda não terem se livrado por completo, e conseguem fazer uma programação um pouco mais completa”, afirma.
Ele estima que os resultados devam ser bastante parecidos com os do Carnaval do ano passado. “Nós temos uma parcela do segmento ligado ao turismo que deve ser mais beneficiada do que aquele mais ligado ao ‘office’. Principalmente as praias e, no caso de Fortaleza, a Praia do Futuro, devem registrar um bom incremento no volume de clientes e, consequentemente, no de vendas”.
Moraes ainda ressalta que as confraternizações de empresas, que migraram dos buffets para restaurantes, têm contribuído para essa maior movimentação, principalmente em datas comemorativas. “Hoje em dia, você chega em um restaurante e vê duas, três confraternizações empresariais. Temos tirado bastante proveito disso”, pontua.
Mercado de trabalho em alta
Com a chegada dos turistas no Estado para o carnaval, os setores de comércio e serviços locais devem contratar funcionários temporários no período. Segundo o estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), cerca de 1,1 mil vagas devem ser geradas no Ceará. “O número representa cerca de 5% do total de oportunidades geradas no Brasil (mais de 23 mil)”, afirma Fabio Bentes, economista da CNC.
Apesar da geração de emprego, a receita gerada pelo comércio e turismo, segundo o levantamento, deve somar R$320 milhões – 2,9% a menos que na festa do ano passado. “Nós acreditamos que isso seja reflexo da onda de violência que o Estado passou em janeiro, da mesma forma que o Rio de Janeiro perdeu um pouco no passado recente. Mas acreditamos que, no ano que vem, isso já esteja recuperado”, avalia.
A entidade local da CNC, no entanto, não reconhece a violência como causa do recuo. Cid Alves, presidente em exercício da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), alega que a realidade não é restrita ao Ceará. “Outros estados também estão com essa dificuldade e, no fim de 2018, tivemos resultado acima da média, de forma que nossa base de comparação estava muito alta”. Na pesquisa da CNC, entretanto, o Ceará foi o único estado a registrar recuo nas receitas.