Assessor do ministro do Turismo é preso em operação da PF que investiga candidaturas laranjas do PSL

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As investigações da Polícia apontam, ainda, que o partido do presidente Jair Bolsonaro teria repassado recursos de financiamento de campanha de forma irregular a candidatas


 


Um assessor especial do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, e um dos coordenadores da campanha do gestor à Câmara dos Deputados, em 2018, foram presos na manhã desta quinta-feira (27), durante investigação da Polícia Federal (PF) sobre supostas candidaturas de “laranjas” do PSL em Minas Gerais. Mateus Von Rondon foi detido em Brasília, enquanto que Roberto Silva Soares, o “Robertinho”, foi detido em Iptatinga (MG).


As investigações da PF, em parceria com o Ministério Público Eleitoral (MPE), estão sendo realizadas desde o início de fevereiro deste ano e focam no desvio de recursos do fundo eleitoral.


De acordo com as denúncias analisadas por promotores, há indícios de fraudes em candidaturas de mulheres que receberam volume considerável de dinheiro, mas que receberam poucos votos durante o pleito de 2018. As investigações dão conta de que as candidaturas femininas serviram apenas de “laranja” e os recursos destinados para elas teriam sido devolvidos ao partido.


Uma empresa do assessor especial Mateus Von Rondon aparece na prestação de contas de até quatro candidatas a deputada estadual e federal que são suspeitas de terem sido usadas como laranjas do PSL. Lilian Bernardino, Naftali Tamar, Débora Gomes e Camila Fernandes declararam ter pago quantia de R$ 32 mil à empresa de Von Rondon. Segundo levantamento da PF, tudo leva a crer, que a empresa foi criada apenas com essa finalidade, uma vez que cancelou suas atividades após as eleições.


A PF deflagrou operação denominada de “Sufrágio Ostentação”, na manhã desta quinta-feira, e chegou à residência do assessor do ministro do Turismo por volta das 7h40. Em seguida, ele foi encaminhado para a superintendência da Polícia Federal.


Os suspeitos são investigados pelos crimes de falsidade ideológica eleitoral, emprego ilícito do fundo eleitoral e associação criminosa. As investigações da Polícia apontam, ainda, que o partido do presidente Jair Bolsonaro teria repassado recursos de financiamento de campanha de forma irregular a candidatas.


Desde as primeiras revelações sobre os laranjas do PSL de Minas Gerais, à época sob o comando do ministro do Turismo, o presidente Jair Bolsonaro tem dito que é preciso esperar a conclusão das investigações pelas autoridades. Segundo ele, somente depois desse processo haverá uma decisão sobre a permanência ou demissão do gestor da pasta. 


“Vamos aguardar o relatório da Polícia Federal. Só com acusação não vale”, afirmou Bolsonaro em abril passado, ao observar que denúncias não são suficientes para que ele tome qualquer medida. “Com o relatório em mãos, vamos analisar.”