Articulação pró-Reforma foca em governadores

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| EM BRASÍLIA | Bolsonaro, Maia e Alcolumbre deverão aproveitar reunião para reforçar com chefes de Executivos estaduais importância de convencer bancadas


 


Os 27 governadores do Brasil estarão reunidos hoje em Brasília com os presidentes da República, Jair Bolsonaro (PSL), do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, responsável pela articulação política do Governo Federal, também estará presente.


Embora os governadores levem demandas dos estados, principalmente a de um novo Pacto Federativo – distribuição de recursos entre União, estados e municípios -, a expectativa é de que a tramitação da reforma da Previdência domine a conversa.


Reservadamente, interlocutor de Rodrigo Maia disse que ao passo que os governadores querem criar agenda positiva para suas gestões, o deputado espera em troca o apoio ao texto que está na Comissão Especial de Reforma da Previdência.


Já que governadores do Sul e Sudeste fecharam apoio à proposta, a atenção dos articuladores do Planalto deverá se voltar aos chefes de Poder Executivo de outras regiões. “Principalmente os governadores do Nordeste”, salienta a fonte.


O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), que já recebeu Maia no Palácio da Abolição neste ano, é favorável a uma reforma na Previdência, mas desde que pontos como Benefício de Prestação Continuada (BPC) – que prevê pagamento de R$ 400 para pessoas em situação de miséria a partir dos 60 anos – e aposentadoria rural sejam revistos pela gestão de Bolsonaro.


Carta assinada pelo fórum nordestino de governadores, em março, critica ainda outros tópicos, como o regime de capitalização – aquele em que o trabalhador arca com o financia o próprio futuro.


Ao falar com jornalistas sobre o encontro, Alcolumbre não mencionou a pauta previdenciária. No lugar disso, o demista ressaltou que há muito tempo os governadores reivindicam alterações na divisão de recursos da União.


“Não podemos deixar passar este momento em que o governo do presidente Bolsonaro e sua equipe econômica reconhecem o protagonismo do Senado para propor as medidas que vão permitir aos estados equilibrarem as contas, gerarem emprego e melhorarem o dia a dia do cidadão”, elogiou o presidente do Senado.


O governador da Paraíba, João Azevedo (PSB), falou que o contexto econômico, agravado pela seca, fez o estado decretar emergência em 177 municípios. “Hoje, o Governo Federal também reconheceu a situação do nosso Estado. Ao lado das cidades afetadas, vamos fazer todo o possível para que essa condição seja normalizada”, destacou via Twitter.


Líder da bancada cearense na Câmara, Domingos Neto (PSD) lembra que apesar de a situação fiscal do Ceará ser confortável, todos os estados da região dependem de repasses federais. Assim, diz, entende que é necessário que se estabeleça linha de financiamento aos estados do Nordeste.


A assessoria do governador informou que ele não levará demandas do Estado a este encontro. O POVO tentou falar com Camilo que, segundo a equipe, não pôde atender, já que esteve ocupado em reuniões.


 


CARLOS HOLANDA