O miliciano Adriano da Nóbrega, o homem que sabia demais, deixa um rastro de crimes e Brasília em silêncio
– Perdeu, a gente sabe que você está aí! Joga a arma para fora –, deu a ordem um dos 75 policiais da caçada a um dos bandidos mais procurados do país.
De dentro da casa, em Esplanada (BA), a resposta veio em forma de bala, segundo os comandantes da caçada. A polícia então invadiu a residência e alvejou, com dois tiros de fuzil, o ex-policial carioca Adriano da Nóbrega, miliciano ligado ao senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente da República.
A versão oficial das polícias da Bahia e do Rio deixou uma série de perguntas e uma suspeita elementar, meu caro Watson, de queima de arquivo. Desaparecido havia um ano, o facínora leva para o túmulo a memória de um rastro de assassinatos, negociatas mafiosas com o Jogo do Bicho e até possíveis segredos da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
O homem que sabia demais teria muito a explicar sobre o gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia fluminense. Era amigo íntimo de Fabrício Queiroz, o ex-assessor envolvido no episódio das “Rachadinhas”. Um roteiro, longe de ser fechado, que renderia um filme digno de Oscar.
Fonte: METROPOLES