Consumidores destinam 43,8% da renda familiar para pagar dívidas

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Você já parou para pensar quanto da sua renda familiar é destinada para o pagamento de dívidas diversas ao longo do mês? Em Fortaleza, os consumidores destinam, em média, 43,8% da renda familiar para pagar dívidas, o que configura aumento de 0,3% na taxa de comprometimento em comparação ao último mês de dezembro (43,5%). O índice, no entanto, é exatamente o mesmo verificado em janeiro de 2023, entretanto observa-se uma tendência de crescimento no último semestre.

Segundo a diretora Vogal do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF-CE), Ana Flávia Chaves, o ideal é que as pessoas gastem menos do que ganham e tenham reservas para períodos fora do controle. “Esse processo de endividamento ocorre por vários fatores, mas destacamos dois principais, primeiro a desestabilização financeira causada pela pandemia, onde muitas pessoas perderam emprego e tiveram que migrar para outros com valores mais baixos. Outros, infelizmente, chegaram a falecer e deixaram de contribuir para a renda familiar. Após esse período, novos empregos e crescimento econômico, além de visão positiva levaram as famílias a buscarem se organizar financeiramente, ou seja, gastar menos do que ganham e essa diferença ser utilizada para pagar dívidas”, explicou.

De acordo com os dados, que constam na primeira Pesquisa de Endividamento do Consumidor de Fortaleza de 2024 da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio), no primeiro mês do ano, o endividamento médio do fortalezense é de R$ 1.799. Nesse contexto, o consumidor da capital precisa de prazo médio de oito meses para o seu vencimento total desse endividamento. Além disso, os resultados da pesquisa mostram que são os gastos correntes que predominantemente contribuem para o endividamento são a aquisição de alimentos a prazo (51,5%), aluguel residencial (16,0%), a cobertura de despesas relacionadas a saúde (12,6%) e educação (11,2%). Com relação aos instrumentos de crédito mais utilizados pelos consumidores para comprar, em primeiro lugar aparecem os cartões de crédito (74,5%), seguido dos financiamento bancário (17,5%); empréstimos pessoais (10,6%) e carnês e crediários (5,3%).

Endividamento estável
O dado positivo do estudo foi que a taxa de endividados se manteve estável no primeiro mês do ano se comparada ao final do ano passado, uma vez que o levantamento mostrou que 70,8% dos consumidores da cidade estão endividados no momento. O dado é o mesmo identificado em dezembro de 2023. Se comparado ao mesmo período do ano anterior, houve redução de 5,0%, com o índice passando de 75,8%, em janeiro de 2023, para os atuais 70,8%. Também houve redução (0,4%) de consumidores com contas pendentes ou dívidas em atraso, passando de 20,6%, no último mês, para 20,2% em janeiro. Este é o melhor resultado desde março de 2020 (19,8%).

Sobre a taxa de atraso observou-se equilibrada na distribuição entre os sexos dos consumidores, porém, mais elevada no grupo com idade entre 25 e 34 anos (24,2%) e para as famílias com renda mensal acima de dez salários-mínimos (35,8%). O tempo médio de atraso, por sua vez, é de 77 dias e a principal justificativa para o não pagamento das dívidas é o desequilíbrio financeiro, citado por 61,9% dos entrevistados. O segundo motivo mais mencionado é a necessidade de se adiar o pagamento, para uso dos recursos em outras finalidades, com 39,4% das respostas, seguido da contestação das obrigações (5,6%) e a perda de prazo por esquecimento (5,2%). Entre os entrevistados, 79,3% dos consumidores de Fortaleza disseram realizar orçamento mensal e acompanhamento eficaz dos seus gastos e rendimentos, o que contribui para um melhor controle dos níveis de endividamento. Dos entrevistados, 10,8% relataram que fazem orçamento dos rendimentos, mas sem controle eficaz dos gastos, e 9,9% informaram não possuir orçamento e tampouco controle dos gastos.

Fonte: O Estado do Ceará

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