|IBGE| O setor, porém, registra alta de 2,5% se comparado a julho de 2021. No acumulado do ano, o avanço é de 6%
Na mudança dos meses de junho para julho de 2022, o volume de vendas do comércio no Ceará apresentou um decréscimo de 1,2% na série com ajuste sazonal, no terceiro mês seguido de resultado negativo.
Apesar disso, o índice é a quarta menor queda do Brasil e também é o menor recuo entre os estados do Nordeste.
A retração ainda foi acima da média do País (-0,8%) e os estados com maiores altas foram Mato Grosso (3,5%) e Paraná (1,7%).
Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) e foram apresentados nesta quarta-feira, 14 de setembro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza, Assis Cavalcante, os resultados nesse período do ano (final do primeiro semestre) eram esperados.
“Viemos de um Dia das Mães muito bom, quando tivemos um aumento nas vendas, muito relacionado ao presentear as sogras como segundas mães, e esse aquecimento se manteve até a primeira quinzena de junho, por conta do Dia dos Namorados”, explica.
Já na comparação com julho de 2021, o Ceará é o terceiro do Brasil no aumento do volume de vendas do comércio, com crescimento de 2,5%, e o segundo do Nordeste, depois de Alagoas (5,8%). A alta encontra-se acima da média nacional, de -5,2%.
No acumulado do ano, ante janeiro a julho de 2021, o Estado também foi o segundo do Nordeste, neste índice que permite acompanhar o comportamento conjuntural dos principais segmentos do comércio varejista, com alta de 6%, atrás apenas de Alagoas (6,8%). Neste parâmetro, atingiu um percentual mais elevado que o do Brasil (0,4%).
Destaque do Nordeste em receita nominal de comércio
Ao analisar a receita nominal do comércio na passagem de junho para julho de 2022, o Ceará apresentou o maior crescimento do Nordeste, com 0,9% e ficou acima da média nacional (-1,6%).
Levando em consideração julho de 2021, o Estado ficou em segundo do Nordeste, com 17%, atrás de Alagoas (21,2%), e acima do Brasil (10,3%).
Em relação ao acumulado do ano, diante do período de janeiro a julho de 2021, o Ceará subiu 20,7% na receita nominal, também o segundo maior crescimento da Região, perdendo novamente para Alagoas (22,4%) e superior à média nacional (16,4%).
Já nos últimos 12 meses, o Estado teve um aumento de 12,9%, sendo o terceiro do Nordeste após Alagoas (14,4%) e Piauí (14,3%). Seu índice foi maior que o do Brasil, de 12,7%.
Móveis e eletrodomésticos foi destaque negativo nas comparações.
Em relação a julho de 2021, o ramo caiu 12,4%, só não sendo pior que outros artigos de uso pessoal e doméstico, com -17,6%. Em contrapartida, com a maior alta está a categoria de livros, jornais, revistas e papelaria, com aumento de 31,5%.
De janeiro a julho de 2022, ante igual período de 2021, o decréscimo das atividades de móveis e eletrodomésticos foi de -0,1%. Tecidos, vestuário e calçados conseguiram uma elevação de 29,6%.
Já nos últimos 12 meses, móveis e eletrodomésticos também tiveram a maior queda, de 15,5% e o setor de tecidos, vestuário e calçados foi, novamente, superior aos outros, com aumento de 5,4%.
Veja os destaques em receita nominal
Em confronto com julho de 2021, a maior receita nominal, segundo as atividades analisadas do comércio, foi a de livros, jornais, revistas e papelaria, com 32,2%. Em contraste, outros artigos de uso pessoal e doméstico e móveis e eletrodomésticos apresentaram queda de, respectivamente, 5,9% e 0,9%.
No acumulado do ano, frente ao período de janeiro a julho de 2021, tecidos, vestuário e calçados cresceram, com 44,3%, sendo o mais elevado resultado nesta base de comparação. Já os móveis e eletrodomésticos, juntamente com os hipermercados e supermercados, representam as menores altas, ambos com 12,3%.
Durante os últimos 12 meses encerrados em julho, os combustíveis e lubrificantes saltaram acima dos outros, com 40,6% na receita nominal. O pior foi, novamente, a atividade de móveis e eletrodomésticos (-5,3%).
Projeções para o fim do ano
Assis Cavalcante, presidente da CDL de Fortaleza, destaca que a campanha de liquidação realizada entre o fim do mês de agosto e o início de setembro trouxe uma resposta positiva para as vendas.
Além disso, o Dia da Criança, em outubro, e a Copa do Mundo, deslocada para o fim do segundo semestre, também são apostas do comércio para aumento das vendas.
“As crianças possuem grande poder de persuasão nas famílias e, além do tradicional brinquedo, também estão movimentando os setores de eletroeletrônicos. A Copa do Mundo, por sua vez, mexe com toda a cadeia produtiva, alavancando vendas de eletros, principalmente televisores e ainda vestuário e alimentos em geral”, diz o presidente da CDL Fortaleza.
Assis Cavalcante ainda comenta que alguns lojistas também se preparam para a Black Friday e que o Natal é a grande data de aquecimento do comércio. “Assim, nossas projeções para o fim do ano são otimistas.”
Com relação a este período, ele lembra que com a Copa do Mundo deslocada para perto do período de festas de final de ano, as contratações de temporários devem iniciar mais cedo este ano. “Já estamos nos preparando para que ocorra a partir de 20 de outubro.”
Ele ressalta que esta é uma boa oportunidade para quem busca o primeiro emprego uma uma recolocação no mercado de trabalho.
“Recomendo para quem está buscando um emprego no comércio que, já com vontade, que queira trabalhar, que se interesse pela cultura da empresa, porque quem se destaca nesse período fica empregado. Muitos empresários criam postos de emprego novos para aqueles que realmente se destacam, o que é muito positivo.”
Ceará tem queda no volume de vendas do comércio varejista ampliado
Durante a passagem dos meses de junho para julho de 2022, o Estado foi o oitavo do Brasil e o primeiro do Nordeste em queda (-0,9%). O índice ficou acima da média nacional, de -0,7%.
Sobre o comércio varejista ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, o presidente da CDL destaca que, no passado, ainda por conta da pandemia, quando houve a reabertura das atividades, as pessoas compraram além do esperado.
“Agora, vemos que o comportamento está voltando ao normal, com relação ao volume de consumo nesse setor.”
Em relação a julho de 2021, todos os estados apresentaram queda e o Ceará obteve um decréscimo de 4,8%, abaixo da média nacional (-6,8%). Porém, foi o quinto no Nordeste.
Por outro lado, no acumulado do ano, apresentou um crescimento de 4,4% no volume de vendas do comércio ampliado. A alta é a maior do Nordeste e superior ao resultado do Brasil (-0,8%).
No intervalo dos últimos 12 meses até julho, o Ceará também foi o primeiro do Nordeste, com 1,9%, e superior à média nacional, de -1,9%.
Receita nominal do comércio ampliado em queda
Quando se analisa a receita nominal do comércio ampliado, levando em consideração a mudança de junho para julho de 2022, o Ceará é o sexto do Nordeste com resultado de retração, com -0,8%. O decréscimo é acima do Brasil (-0,1%).
Na confrontação com julho de 2021, o Estado apresentou um aumento de 8,7%, e está acima da média nacional, de 7,8%, porém, é apenas o sexto no Nordeste.
Em relação ao acumulado do ano, diante do período de janeiro a julho de 2021, o Ceará subiu 19,1% na receita nominal, com o segundo maior crescimento do Nordeste, atrás apenas de Alagoas (19,4%) e superior à média nacional (14,6%).
Já nos últimos 12 meses, o Ceará foi o maior salto do Nordeste, com 16,6% e ficou acima do Brasil (13%).
Atividades do comércio ampliado caem no mês de julho
Na análise das atividades que compõem o setor do comércio ampliado, em relação a julho de 2021, os ramos de veículos, motocicletas, partes e peças e material de construção tiveram uma queda de, respectivamente, 13,2% e 23,9%.
Em contraste, de janeiro a julho de 2022, ante igual período de 2021, houve aumento das atividades de material de construção (6,3%) e veículos, motocicletas, partes e peças (0,8%).
Já nos últimos 12 meses, material de construção e veículos, motocicletas, partes e peças, continuaram crescendo, com, respectivamente, 9,8% e 7%.
Em confronto com julho de 2021, tanto veículos, motocicletas, partes e peças quanto material de construção obtiveram um decréscimo. O primeiro teve o menor, com -0,4%, e o segundo o maior, com -17,9%.
Por outro lado, no acumulado do ano, frente ao período de janeiro a julho de 2021, os setores de veículos, motocicletas, partes e peças e material de construção, obtiveram uma alta de 19% e 15,5%, respectivamente.
Nos últimos 12 meses encerrados em julho, veículos, motocicletas, partes e peças aumentaram 29,3% e material de construção 20,9% na receita nominal, sendo este último o de menor crescimento.
Ampliado
No Ceará, o comércio varejista ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, fechou o mês de julho com queda de 0,9%, ante junho. No ano, porém, o indicador registra alta de 4,4%