Sintaf lança Prêmio de Jornalismo na Assembleia Legislativa do Ceará

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O auditório Murilo Aguiar da Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE) sediou, na manhã desta quarta-feira (9/3), o lançamento do I Prêmio Sintaf de Jornalismo (SintafJor). De iniciativa do Sindicato dos Fazendários do Ceará (Sintaf), o Prêmio visa valorizar e reconhecer trabalhos produzidos por profissionais da imprensa cearense que divulguem a atuação dos fazendários, estimulando os veículos de comunicação a ampliarem o olhar sobre o servidor da Secretaria da Fazenda do Ceará, em suas múltiplas atividades.

O evento contou com a presença de personalidades de referência no jornalismo cearense, que destacaram o impacto positivo da ação.

Fisco forte favorece o desenvolvimento

Na abertura, o diretor de Organização do Sintaf, Carlos Brasil, destacou que o SintafJor nasceu da necessidade de promover o debate em torno do tributo e da atividade fazendária. “Esse debate passa pela discussão da carga tributária brasileira, extremamente regressiva, pela guerra fiscal entre os estados, a reforma tributária e o papel da administração fazendária nacional e cearense”, afirmou. Para Carlos Brasil, é preciso promover este debate numa linguagem em que a sociedade possa se apropriar. “Tributo é fonte de recursos para educação, saúde, desenvolvimento; é também uma forma de promover a justiça fiscal. Precisamos discutir com todos os setores – empreendedores, empresários, academia – o fato de que um fisco forte favorece o desenvolvimento na medida em que garante uma situação igual a todos. Onde não há fisco forte, há sonegação – cruel tanto para o empresariado como para a sociedade”, completou.

Oportunidades de incentivo à profissão

Em sua fala, o presidente do Sindicato dos Jornalistas, Rafael Mesquita, avaliou como positiva a decisão do Sindicato dos Fazendários em realizar um prêmio de jornalismo, sobretudo nesse momento de enfrentamento à desinformação em massa. “É muito importante, ainda, o desenvolvimento da temática da educação fiscal, da cidadania e da justiça fiscal e social, questões que estão circulando em torno do prêmio que foi lançado”, sublinhou. Ao mesmo tempo, Rafael Mesquita ressaltou sua satisfação, enquanto jornalista, pela geração de mais oportunidades de incentivo à profissão. “Agradecemos a perspectiva de um sindicato irmão, de trabalhadores, desenvolver uma iniciativa dessa natureza”.

Reconhecimento dos meios de comunicação

Salomão de Castro, presidente da Associação Cearense de Imprensa (ACI), externou seu interesse de que a premiação se fortaleça nesse primeiro momento, alcançando amplo reconhecimento dos meios de comunicação do estado nas diversas categorias presentes. “Procuraremos trabalhar para que essa temática possa ser melhor explorada pelos jornalistas, principalmente na perspectiva do cidadão, na discussão sobre a questão fazendária e como essa atividade tem reflexo e consequência na vida de cada pessoa”, evidenciou. “A ACI, mais uma vez, soma-se a uma nova premiação que está surgindo. Colocamo-nos à disposição no sentido de atuar em todas as etapas que forem necessárias”.

Fundação Sintaf é o braço solidário dos fazendários

“O mundo em que vivemos está em crise. Para promover mudanças na sociedade, precisamos de solidariedade”, pontuou Liduíno de Brito, diretor geral da Fundação Sintaf. Liduíno criticou a estupidez da guerra na Ucrânia e evidenciou que a paz é o caminho. “Somos uma instituição criada em 2008 pelo sentimento de solidariedade dos servidores da Sefaz. A Fundação Sintaf procura possibilitar que a cultura da atual geração esteja a serviço da população cearense. Nossa missão é promover a divulgação do conhecimento científico, tecnológico, educacional e artístico em beneficio de nossa sociedade”, frisou. O diretor destacou, ainda, que nesta gestão, a Fundação Sintaf irá direcionar esforços no assessoramento dos pequenos e médios municípios do Ceará. “Se o Estado é referência e paradigma da gestão fiscal estadual, precisamos transmitir esse conhecimento ao fisco municipal; precisamos de um programa de solidariedade fiscal”.

Qualificação na assessoria dos municípios

Nilson Diniz, ex-prefeito de Cedro e atual consultor da Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece) ressaltou, em sua fala, que o fisco estadual é referência nacional, inclusive pujança de seus investimentos. “Os municípios, entretanto, enfrentam dificuldades e precisam de parcerias importantes. O Sindicato dos Fazendários e a Fundação Sintaf têm esse capital importante, disponibilizando pessoas com qualificação e conhecimento para assessorar os municípios”, salientou. “A Aprece se coloca como parceira nesta iniciativa. Queremos nos somar para lutar contra a pobreza absoluta, a falta de saneamento, habitação, enfim, para avançamos com iniciativas dessa natureza”.

Transparência e fortalecimento da educação fiscal

Presente à solenidade, a coordenadora de Relações Institucionais da Secretaria da Fazenda, Germana Belchior, externou sua alegria em participar de momentos que colaboram com a transparência e com o controle social da imprensa. “Na Secretaria da Fazenda, buscamos desenvolver um trabalho cada vez mais alinhado à comunicação. Entendemos ser fundamental o trabalho dos profissionais porque existe uma perspectiva de controle social do trabalho que nós fazemos, e o fortalecimento da educação fiscal é uma questão valiosa para nós, que integra os valores da nossa organização”, salientou. “Gostaria de parabenizar o Sindicato e afirmar que a secretária da Fazenda, Fernanda Pacobahyba, está à disposição para colaborar e desenvolver ações que fortaleçam a transparência e os vínculos de confiança e educação fiscal”, concluiu.

Prêmio lança luz sobre o fisco cearense

O jornalista Moacir Maia – ex-assessor de comunicação da Prefeitura de Fortaleza, na gestão do prefeito Roberto Cláudio – falou de sua experiência como um dos criadores do Prêmio de Jornalismo da Prefeitura de Fortaleza. “É importante destacar o quão importante é a provocação em poder de um prêmio de jornalismo. De maneira direta, significa jogar luz sobre um tema e, muitas vezes, sobre a instituição que o promove. E isso traz um ganho substancial para a sociedade, principalmente num cenário que vivemos hoje, em que a produção de informação não obedece a critérios; vivemos na era pós-verdade, das fake news, e somente o jornalismo profissional é capaz de acalentar com alguma dignidade aquela que deve ser a percepção da nossa população”.

Para o jornalista, que promoveu o Prêmio da Prefeitura de Fortaleza por seis anos, quando uma iniciativa como esta provoca as redações, está estimulando um legítimo canal de interlocução com a sociedade, uma troca de informação com o conjunto da coletividade. “No caso da Prefeitura, isso resultou num processo de ausculta de muitos problemas da nossa cidade, e serviu para avaliar políticas públicas existentes ou até provocar a atenção para uma política inexistente”, enfatizou. “Da mesma forma, quando ouvimos o discurso consciente e responsável de quem faz o fisco, reconhecemos que a justiça fiscal só aparece quando existem ações efetivas de interesse coletivo. Ontem mesmo eu estava vendo na televisão que não se cobra imposto de iate nem de helicóptero, mas se cobra do fusca e da moto daqueles mais pobres. Se conseguirmos transcrever para a sociedade esse quadro de injustiça, talvez possamos corrigir muitos erros que a nossa sociedade vivencia”.

Prêmio motiva o bom jornalismo

Samuel Sena, jornalista da Assessoria de Comunicação do Ministério Público do Ceará, compartilhou de sua experiência com o Prêmio MPCE de jornalismo, lançado em 2019. “O lançamento de um Prêmio de Jornalismo é um convite à participação popular, ao controle social de uma instituição. No nosso caso, o MP está no bojo do controle social. Deixou de ser o mero acusador para ser uma instituição que está ao lado da sociedade. Cuidamos dos direitos do consumidor, assim como os fazendários buscam equilibrar a balança tributária”, destacou.

O jornalista salientou que, ao lançar o Prêmio MPCE de jornalismo, a instituição teve uma repercussão excelente. “A iniciativa acaba motivando o bom jornalismo na luta contra as fake news, na qualificação das pessoas, na busca por aprender mais, e na tradução dos temas da nossa instituição para a linguagem popular. E, além disso, consegue dar uma visibilidade positiva à entidade”.

A experiência do Prêmio Gandhi de Comunicação

Coordenadora do Prêmio Gandhi de Comunicação, a jornalista Ângela Marinho, que também prestigiou a solenidade, lembrou que o referido Prêmio nasceu dentro do Sindicato dos Jornalistas com o objetivo de alertar a sociedade sobre os direitos das pessoas com relação à divulgação de sua imagem, principalmente as minorias, que são as mais expostas na rotina da cobertura jornalística.

“O objetivo principal do Prêmio Gandhi é fortalecer a cultura da paz pela comunicação. Já estamos na 14ª edição e somos os mais longevos com exceção do premio da CDL. Até hoje tivemos 1.344 inscrições, com uma média de 150 trabalhos inscritos a cada edição, dispostos em nove categorias. Estamos no ranking dos prêmios mais importantes do Brasil e acreditamos que durante esses 14 anos nós alcançamos o nosso objetivo de conscientizar muitos profissionais e consumidores da notícia que a informação precisa ser produzida respeitando os direitos das pessoas – tomando, por base, as normas existentes, como a Constituição Federal, o código dos jornalistas, dentre outras. Espero que o Prêmio Sintaf tenha vida longa e alcance os seus objetivos”, externou a jornalista.

O papel social da atividade fazendária

Nilson Fernandes, diretor de Comunicação do Sintaf, revelou sua satisfação em ver tão representativa mesa. Em sua fala, ele destacou que trazer um prêmio de jornalismo para dentro do Sintaf significa que “queremos trazer luz para algo de extrema importância para este Estado, que é a Secretaria da Fazenda e a atuação dos servidores da Sefaz”.

Conforme enfatizou, trazer luz significa decodificar a linguagem dos tributos para que a sociedade possa assimilar melhor. “É o primeiro de muitos prêmios, para que possamos fazer esse glossário chegar aos jornalistas e à sociedade. Trabalhamos com algo tão complexo, que é o tributo, mas tão essencial para a democracia e para a evolução da humanidade. Queremos abrir as mentes das pessoas para que compreendam a função social desta atividade, pois aquilo que somos capazes de arrecadar, na medida em que é levado a cabo de maneira responsável e correta por parte dos políticos, eleva o bem estar da população”.

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