Setembro Amarelo 2022: a vida é a melhor escolha!

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O suicídio é uma triste realidade que atinge o mundo todo. Para combater os tabus e estigmas que envolvem o tema, o Setembro Amarelo se apresenta como a maior campanha de combate ao suicídio do mundo, convidando todos a atuarem com medidas de prevenção e na valorização da vida.

O suicídio é um importante problema de saúde pública, com impactos na sociedade como um todo. Enquanto a taxa global de suicídio diminuiu 36% entre 2000 e 2019, na Região das Américas ela aumentou 17% no mesmo período. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, o que significa que 38 pessoas cometem suicídio por dia no país, em média.

É importante falar sobre o assunto para que as pessoas que estejam passando por momentos difíceis e de crise busquem ajuda e entendam que a vida sempre vai ser a melhor escolha.

Sabe-se que praticamente 100% de todos os casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais, principalmente não diagnosticados ou tratados incorretamente. Dessa forma, a maioria dos casos poderia ter sido evitada se esses pacientes tivessem acesso ao tratamento psiquiátrico e informações de qualidade.

Fazem parte do grupo de risco as pessoas com depressão, transtorno bipolar, transtornos relacionados ao uso de drogas lícitas ou ilícitas (álcool, maconha, crack e cocaína, por exemplo), esquizofrenia e transtorno de personalidade. Dessa forma, a identificação e o tratamento dos transtornos mentais pelo médico psiquiatra estão entre os principais fatores de proteção na prevenção do suicídio.

É importante, ainda, observar

  • Histórico pessoal: Pessoas que já tentaram o suicídio têm de cinco a seis vezes mais chances de tentar novamente.
  • Ideação suicida: Comentários que demonstrem desespero, desesperança e desamparo podem ser manifestação de uma ideação suicida. Atenção a expressões como “eu desejaria não ter nascido”, “caso não nos encontremos de novo” e “eu preferia estar morto”.
  • Fatores extressores crônicos e recentes: Eventos estressores significativos, como separação conjugal, migração ou perda de uma pessoa próxima, além daqueles que levem a prejuízo econômico e social, como falência e perda do emprego, estão associados ao surgimento de pensamentos suicidas.

Pandemia, condições de trabalho e distúrbios psíquicos

A pandemia de covid-19 impôs novas realidades a muitos trabalhadores, agravando os problemas de saúde mental. Por isso, é fundamental estar alerta quanto ao estado de tensão emocional, sobrecarga e estresse no ambiente de trabalho. Os casos de síndrome de burnout, por exemplo, são crescentes e caracterizam-se pelo estresse crônico provocado por condições de trabalho físicas, emocionais e psicológicas desgastantes.

No caso dos fazendários, que têm relatado o acúmulo de processos e a sobrecarga de trabalho, decorrentes da carência de servidores na Sefaz, além da pressão por metas e jornadas extenuantes nos postos fiscais, são necessárias medidas para reduzir o estresse no ambiente de trabalho. O autocuidado e o olhar atento dos colegas são fundamentais, a fim de evitar casos de suicídio como os ocorridos no passado.

Crianças e adolescentes precisam ser ouvidos

Segundo a OMS, o suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens com idade entre 15 e 29 anos. Apesar de praticamente não haver estatísticas sobre o comportamento suicida em crianças no mundo, no período de 2006 a 2017, foram identificados 58 óbitos de crianças brasileiras decorrentes desta causa, com cerca de 9 anos de idade.

É por essa razão que a campanha Setembro Amarelo também busca envolver toda a família, alertando que nenhum sinal deve ser ignorado.

Entre os sinais de alerta entre jovens e crianças estão o isolamento, mudanças na alimentação e no sono, automutilação, autodepreciação, interrupção de planos e abandono de estudo e emprego.

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