Sem acesso a programa de crédito microempresas encerram atividades

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Desde o início da pandemia, em março de 2020, muitas empresas do país tiveram que fechar as portas por conta de dificuldades trazidas pela pandemia. Devido aos decretos de isolamento social rígido e o baixo faturamento, muitos comerciantes se viram encurralados em dívidas e não tinham para onde recorrer.

Como maneira de auxiliar esses estabelecimentos, o Governo Federal no ano passado liberou linhas de créditos, como o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), que auxiliaram pequenos negócios a se manterem abertos. Contudo, não foram todas as empresas que tiveram acesso ao programa e, em razão disso, encerraram suas atividades.

No Brasil, segundo dados coletados pelo Serasa e analisados pelo especialista em recuperação de crédito Max Mustrangi, o número de empresas do setor de serviços que decretaram falência ou estão com pedidos de recuperação judicial saltaram de 18,1%, no primeiro quadrimestre de 2020, para 25,7% no mesmo período deste ano. Como forma de tentar fugir dessa realidade muitos microempreendedores, buscaram empréstimos em bancos para pagar suas dívidas e manter a grade de empregados. Somente em abril, a procura por programas de linha de crédito cresceram 39,3%, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Com o retorno anunciado do Pronampe, muitos empresários esperam ser beneficiados com os empréstimos disponibilizados pelo serviço. Contudo, o especialista em recuperação de crédito analisa que “só vem conseguindo crédito quem já estava bem posicionado na análise dos bancos”, afirma. Além disso, o funcionamento dos programas de crédito tiveram alcance limitado devido à duração da pandemia. “Quando chegou a hora de as empresas pagarem, estávamos de novo em situação ruim.”, finalizou Mustrangi.

Ceará
Até o mês de maio de 2021, o Estado apresentou o total de 14.638 encerramentos de empresas. O número é maior se equiparado com o mesmo período de 2020 e 2019. Contudo, é perceptível que os programas de empréstimos trariam uma sobrevida a muitas dessas empresas que foram impactadas pela pandemia e queda de sua renda.

A vendedora autônoma, Audilea Barbosa, possui uma loja de variedades em seu bairro e comenta que teve que recorrer a linhas de crédito em bancos para manter sua loja de portas abertas. “ Me vi em um momento complicado, apesar do auxílio emergencial muitos clientes não tiveram como me pagar e, com isso, eu não tive como pagar minhas contas também e comprar novas mercadorias, isso dificultou muito o faturamento do meu negócio no ano passado ”, comenta a vendedora. Audilea ainda afirma que espera ser beneficiada com a nova rodada do Pronampe, porque ajudaria a cessar suas dívidas.

“No ano passado, o Pronampe acabou passando despercebido por mim, mas agora eu espero que eu consiga me encaixar e receber essa ajuda com um prazo de pagamento maior, por conta que apesar das coisas estarem melhorando, eu ainda não tenho a mesma renda de antes da pandemia”, pontua.

O Estado

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