Produção industrial do Ceará acumula queda de 8,2% no ano

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Atividade da indústria local cresceu 1,7% em novembro, mas ritmo ainda está abaixo do observado no Nordeste e no Brasil no acumulado de janeiro a novembro. Cenário mostra espaço para avanço mais forte nos próximos meses

Legenda: O ramo de produtos alimentícios da indústria cearense apresentou o maior crescimento no ano até novembro
Foto: José Leomar

De janeiro a novembro, no entanto, a produção ainda acumula queda de 8,2%, a segunda maior entre as regiões analisadas. No mesmo período, a atividade industrial recuou 4,2% no Nordeste e 5,5% no Brasil. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-Regional), divulgada ontem (14) pelo IBGE.

A forte queda no ano, abaixo apenas da observada no Espírito Santo (-15,9%), pode abrir espaço para uma recuperação mais forte da atividade industrial no Estado nos próximos meses. “O processo de retomada ainda está lento, mas essa defasagem em relação a outras regiões mostra que ainda há bastante espaço para recuperação no Ceará, principalmente na indústria de transformação”, avalia Ricardo Coimbra, presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE).

No acumulado do ano até novembro, o destaque positivo da indústria cearense ficou com o segmento de “produtos alimentícios”, com alta de 1,86%, enquanto o maior recuo foi registrado no segmento de “couro, artigos para viagem e calçados”, com queda de 4,76%. Para Coimbra, o principal fator que vem dificultando a recuperação da produção no Estado é a queda da demanda tanto no mercado nacional como internacional.

“Grande parte do que se produz no Ceará é vendida para outros estados e uma parte significativa vai para o mercado externo. Então, nós dependemos não só da retomada do País, mas também do resto do mundo. A indústria pesada depende de uma retomada mais efetiva da economia global”, diz o presidente do Corecon-CE. A atividade de metalurgia, por exemplo, que tem forte participação nas exportações cearenses, acumulou uma retração de 0,45% de janeiro a novembro.

Brasil

Na passagem de outubro para novembro, os locais que assinalaram os crescimentos mais intensos foram Bahia (4,9%), Rio Grande do Sul (3,8%) e Amazonas (3,4%). “Esse aumento em novembro na Bahia foi impulsionado pelo resultado do setor de celulose e do setor de bebidas”, disse, em nota, o gerente da pesquisa, Bernardo Almeida.

De acordo com o IBGE, as taxas positivas na passagem de outubro para novembro, registradas em dez dos 15 locais pesquisados, refletiram a ampliação do retorno à produção, após paralisações e interrupções relacionadas à Covid-19.

O estado de São Paulo, que exerce a maior influência no resultado da indústria nacional, cresceu 1,5% em novembro, após o recuo de 0,5% em outubro e cinco meses de crescimento entre maio e setembro. “Como nos últimos meses, as influências positivas na indústria paulista foram do setor de veículos e do setor de máquinas e equipamentos”, disse Almeida.

No País, a média móvel trimestral cresceu 1,7% no trimestre encerrado em novembro de 2020, após também avançar em outubro (2,4%), setembro (4,8%), agosto (7,0%) e julho (9,0%), quando interrompeu a trajetória predominantemente descendente iniciada em novembro de 2019. Em novembro, a produção industrial nacional operava 2,6% acima do período anterior à pandemia.

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