Ele é economista-chefe do Banco Fator. Prevê recessão no 1º trimestre de 2021. ‘Indicações para janeiro são bastante ruins’
O economista-chefe do Banco Fator, José Francisco Lima Gonçalves, 66 anos, avalia que o PIB encerrará o ano com crescimento de 2,2%. Ele alerta que o resultado é insuficiente para recompor o nível de atividade perdido com a recessão, estimada em 4,5% em 2020.
“Os números de dezembro já foram muito ruins. Todas as indicações para janeiro são bastante ruins. Uma queda de 0,5 ponto do PIB no 1º trimestre é praticamente inevitável.
José Francisco concedeu entrevista Poder Entrevista em 26 de janeiro de 2021, por videoconferência. Assista à íntegra (41min08s):
O economista diz que 2021 será refém da dinâmica da pandemia. E aposta que, com a vacinação em ritmo lento e a economia patinando, o Congresso deve aprovar a prorrogação do auxílio emergencial. “Vai acabar acontecendo algum tipo de solução à la brasileira. Sabemos que o programa emergencial teve papel fundamental de sustentar a economia no nível básico”, relata.
JUROS
José Francisco avalia que a inflação tende a desacelerar ao longo do ano e convergir para a meta do Banco Central. Disse que a ata da autoridade monetária, divulgada nesta semana, aponta para uma alta da taxa básica de juros, a Selic, nas próximas reuniões.
No documento, o BC avisou que tirou a trava, cujo nome era forward guidance, para elevar os juros. “Não vai ser surpresa se vier aumento na próxima reunião do Copom”, afirma o economista.
PRIVATIZAÇÕES
José Francisco relata que a notícia da renúncia de Wilson Ferreira da presidência da Eletrobras demonstra que é muito difícil privatizar no Brasil. “Quem acha que basta chegar lá e fazer de qualquer maneira descobre que não dá”, declarou.
INVESTIMENTOS NA ECONOMIA
“Se o governo não vai, o privado também não. No curto prazo, para sustentar a economia, o dinheiro vem de onde? De onde veio ano passado: da expansão da dívida.”
Fonte: Poder 360
