Pandemia: Servidores e militares não sofreram queda significativa de renda

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Estudo da Secretaria de Política Econômica explica que os trabalhadores informais recebendo apenas 22% da sua renda habitual e os trabalhadores formais, 75% do salário. Já os servidores e os militares, pelo menos 90%

Servidores públicos e militares. Estas foram as únicas categorias que não tiveram a renda impactada de forma significativa pela pandemia do novo coronavírus. A conclusão é da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia.

A SPE publicou uma nota informativa nesta quarta-feira (08/07) para avaliar o efeito do auxílio emergencial de R$ 600 rendimento do trabalhador brasileiro. Mas também dedicou um capítulo desta nota para avaliar a diferença entre o rendimento que era recebido pelos trabalhadores brasileiros antes da pandemia do novo coronavírus e o rendimento que efetivamente foi recebido nos últimos meses.

“É possível verificar que, na média, a maioria das ocupações com pessoas afastadas do trabalho por causa das medidas de quarentena/distanciamento social apresentaram uma queda considerável do rendimento efetivo em relação ao que era habitual”, concluiu a Secretaria de Política Econômica.

O estudo ainda mostra que as maiores diferenças de renda foram registradas entre os trabalhadores por conta própria informais que foram afastados das suas atividades devido ao coronavírus. É que o rendimento médio desses trabalhadores caiu de R$ 1.302,71 para R$ 288,98 na pandemia. Ou seja, eles estão recebendo apenas 22,2% do seu rendimento habitual.
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Também foram observadas reduções significativas no rendimento efetivo dos empregados domésticos sem carteira (30,8%), dos empregadores informais (31,2%) e dos demais trabalhadores informais (54,8%). Assim como os autônomos informais, esses trabalhadores também têm recebido o auxílio emergencial de R$ 600.

Segundo o estudo da SPE, até trabalhadores formais apresentaram redução de renda. Os empregados domésticos com carteira assinada, por exemplo, receberam 81% do seu rendimento habitual depois que foram afastados das casas dos patrões devido à quarentena. E os demais empregados formais do setor privado, 75,2%.

A nota da SPE não cita os motivos dessas reduções salariais. Porém, é sabido que milhões de trabalhadores informais ficaram sem trabalhar devido à necessidade de isolamento social imposta pela pandemia. E outros milhões de trabalhadores formais sofreram redução salarial devido à Medida Provisória 936, que permitiu a suspensão do contrato de salarial e a redução de 75%, 50% ou 25% da carga horária dos trabalhadores formais na crise de covid-19.

Por outro lado, a Secretaria de Política Econômica reconheceu que as únicas ocupações “cujos rendimentos efetivos não foram impactados de forma significativa pela pandemia foram: empregado do setor público (inclusive estatutário), militares, assim como policial militar e bombeiro militar”.

Isso porque, ainda de acordo com o estudo da SPE, os servidores públicos que foram afastados do local de trabalho na quarentena estão recebendo 95,2% da sua renda habitual. Em média, a remuneração do serviço público passou, então, de R$ 2.717,99 para R$ 2.856,41.

Da mesma forma, os militares levados ao isolamento social estão recebendo 94,4% da sua renda habitual. Ou seja, R$ 3.726,46 de R$ 3,948,54 em média. No caso dos policiais militares e dos bombeiros militares, essa proporção é de 89,5%: R$ 3.416,30 de R$ 3.815.04.

Com exceção dos trabalhadores do setor público e dos militares, a pandemia afetou diretamente e de forma significativa os rendimentos efetivos dos trabalhadores do setor privado, formal e informal”, reconhece a SPE.

Fonte: Correio Braziliense

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