Pagamento do 13º deve injetar R$ 5,31 bilhões na economia cearense

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Segundo o Dieese, cerca de 2,8 milhões de pessoas serão beneficiadas no Estado

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Legenda: No mercado formal, o setor de serviços, que inclui a administração pública, é a atividade que concentra o maior volume de recursos e de beneficiários do 13º, com 26,3 milhões de trabalhadores e R$ 90,24 bilhões.
Foto: Natinho Rodrigues

O pagamento do 13º salário deve injetar cerca de R$ 5,31 bilhões na economia cearense até o fim do ano. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, 2,8 milhões de pessoas no Estado receberão um valor médio de R$ 1.758,64.

estimativa leva em consideração a parcela paga aos trabalhadores do mercado formal, beneficiários da Previdência Social, e aposentados e beneficiários de pensão da União e dos estados e municípios.

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Os trabalhadores do mercado formal serão a maioria dos beneficiados, somando 1,52 milhão de cearenses, cerca de 54,5% do total. Eles recebem um valor médio mais alta, de R$ 2.311,84, totalizando R$ 3,53 bilhões.

Já os aposentados e pensionistas são 1,27 milhão de pessoas, que terão em média R$ 1.094,91 a mais no fim do ano. Ao todo, esse grupo representa R$ 1,78 bilhão a serem movimentados.

Ainda segundo o Dieese, os R$ 5,31 bilhões correspondem a aproximadamente 3% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual. O valor ainda é 16,8% dos recursos do 13º a serem pagos no Nordeste e 2,22% do total do Brasil.

Destinação

O supervisor técnico do Dieese, Reginaldo Aguiar, revela que, historicamente, os recursos do 13º têm três destinos diferentes. O primeiro é a poupança para amenizar o impacto das despesas extras de início de ano, como impostos e educação. O segundo são as dívidas acumuladas. E o terceiro o próprio consumo.

“Sempre sobra alguma coisa para consumo. Esse ano, vamos ter um reveillon menos ativo por conta do isolamento, mas mesmo assim uma parte vai para a compra de roupas novas, festas em família. Embora em valor menor, num momento como este em que a economia ainda está contraída e precisando de aquecimento, o comércio ainda deve sentir os efeitos positivos”, acredita Aguiar.

Impacto efetivo

Apesar das estimativas, o supervisor técnico do Dieese explica que o impacto do 13º na verdade deverá ser menor. Isso por conta de uma série de condições em decorrência da pandemia do novo coronavírus. Ele detalha, por exemplo, que osempregados que tiveram os contratos suspensos receberão o 13º proporcionalmente à quantidade de meses trabalhados.

“Quem teve apenas redução de jornada, recebe normal, porque o cálculo é feito sobre a hora base. Mas nós não sabemos quantos trabalhadores tiveram o contrato suspenso, nem por quanto tempo, então não dá pra estimar o tamanho da queda”, aponta.

Ele também lembra que os trabalhadores intermitentes são outro grupo que podem acabar prejudicados. “Vamos supor que você é um empregado intermitente em um buffet. Os buffets ainda estão fechados, praticamente. O seu vínculo pode continuar, mas na prática, você não trabalhou”, ressalta.

Brasil

No País, serão 80 milhões de brasileiros beneficiados, resultando em R$ 215 bilhões. No mercado formal, o setor de serviços, que inclui a administração pública, é a atividade que concentra o maior volume de recursos e de beneficiários do 13º, com 26,3 milhões de trabalhadores e R$ 90,24 bilhões.

Em seguida, aparecem o comércio (9,1 milhões de trabalhadores e R$ 18,4 bilhões), indústria (7,9 milhões de trabalhadores e R$ 23,7 bilhões), construção civil (2,1 milhão de trabalhadores e R$ 4,2 bilhões) e agropecuária (1,6 milhões de trabalhadores e R$ 2,9 milhões).

Diário do Nordeste

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