Orçamento exclui bônus prometido a auditores do Fisco, que ameaçam parar

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Auditores da Receita Federal ameaçam paralisar as atividades e entregar os cargos de chefia. Reclamam da ausência de previsão no Orçamento da União para 2022 de uma rubrica para o pagamento de gratificação por desempenho. Sustentam, de resto, que o relator do Orçamento, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), cortou verbas que financiariam a modernização do Fisco para compor o montante de R$ 1,74 bilhão que custeará reajuste salarial de policiais federais, uma exigência de Bolsonaro.

O Sindifisco, sindicato dos auditores, alega que os ministros Paulo Guedes (Economia) e Ciro Nogueira (Casa Civil) assumiram o compromisso de incluir no orçamento o pagamento da gratificação aos auditores, chamada tecnicamente de “bônus de eficiência”. A entidade afirma que o próprio Bolsonaro concordara com o pagamento.

Em nota divulgada nesta terça-feira, o Sindifisco escreveu: “Agora, na discussão da peça orçamentária de 2022 no Congresso Nacional, o assunto, que estava pacificado no âmbito do Executivo, sofreu inesperado revés, com a resistência do relator Hugo Leal em incluir os recursos necessários à regulamentação do bônus e a omissão do governo em fazer valer os compromissos assumidos com a Receita Federal.”

A entidade acrescentou: “Adicionando insulto à injúria, recursos da própria Receita Federal serão cortados para satisfazer os reajustes acordados com as carreiras policiais, numa demonstração de absoluto desrespeito à administração tributária, que, como nunca, tem se empenhado para prover a sustentação financeira do Estado brasileiro.”

Pelas contas de Kleber Cabral, presidente do Sindifisco, o relator cortou “cerca de R$ 1,2 bilhão” do montante que seria destinado à Receita. Desse total, algo como R$ 600 milhões seriam usados em melhorias na área de Tecnologia da Informação.

Diante do que chamou de “quadro de rebaixamento e humilhação institucional” da Receita, o Sindifisco convidou os auditores fiscais para organizar “uma dura e contundente resposta, com a paralisação imediata de todos os trabalhos e a entrega maciça das funções e cargos de chefia.”

Fonte: Economia – UOL

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