É mais do que provável que a reavaliação da política monetária esteja na pauta do próximo presidente do Banco Central, para o bem ou para o mal. O mercado deveria saber disso
A política monetária, como qualquer política pública, deve ser periodicamente avaliada quanto à sua eficácia e custos. No entanto, o mercado financeiro tende a tratar o regime de metas de inflação como uma verdade incontestável. Recentemente, o economista Bráulio Borges indicou, por meio de simulações da regra de Taylor, que desde 2022 a taxa Selic tem estado cerca de dois pontos percentuais acima do recomendado, sugerindo que é possível pensar diferente sobre política monetária. Além disso, Jeremy Rudd, economista do Banco Central dos EUA, questionou a importância das expectativas de inflação, argumentando que a inflação atual é mais determinante para as expectativas futuras do que o contrário. No Brasil, a influência dos preços internacionais das commodities sobre o IPCA e a limitada reação dos preços dos serviços aos juros elevam dúvidas sobre a eficácia de juros altos, que prejudicam o crescimento econômico, pressionam as contas públicas e aumentam a desigualdade social. Uma reavaliação da política monetária é provável com o próximo presidente do Banco Central, e o mercado deve estar preparado para isso.
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Fonte: Estadão