Nordeste lidera crescimento de atividade econômica

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Em consonância com o resultado do Produto Interno Bruto (PIB), o Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil (IBC-Br) variou 1,0% no primeiro trimestre. Em relação à atividade regional, mensurada pelo Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR), destacaram-se os desempenhos do Sudeste com 1,7% e do Nordeste com 1,8%, influenciados pela evolução positiva da indústria e dos serviços.

A atividade econômica nordestina manteve ritmo de expansão significativo no primeiro trimestre de 2022. O IBCR-NE cresceu 1,8% no período, em patamar superior ao verificado no trimestre anterior, 1,5%7. Destacaram-se positivamente a indústria de transformação e as atividades de serviços.

As condições do mercado de trabalho seguem melhorando, em ambiente de queda na taxa de desocupação. Em doze meses, até março, o IBCR-NE expandiu 4,6%, ante queda de 4,2% em março de 2021. Dados da PIM-PF do IBGE, para a região Nordeste, mostraram crescimento de 2,2% no primeiro trimestre de 2022, dando continuidade ao desempenho positivo observado no trimestre anterior.

A confiança dos empresários industriais, segundo o Icei da CNI, atingiu 49,8 pontos em abril, pouco abaixo da linha de neutralidade (50 pontos), embora registre acréscimo ante janeiro. No mercado de trabalho, prosseguiu a melhoria dos indicadores na região. A taxa de desocupação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Trimestral (PNADC-T) do IBGE reduziu para 14,5% no primeiro trimestre ante 15,4% nos três meses anteriores (dados dessazonalizados pelo Banco Central).

A redução decorreu principalmente do crescimento na população ocupada, agora em patamar ligeiramente superior ao registrado antes do início da pandemia. Para o emprego formal, dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) mostraram geração de postos de trabalho nos três primeiros meses de 2022, reultando em continuidade na elevação do estoque dessazonalizado.

Setorialmente, sobressaiu a construção civil, com sequência de expansão iniciada em junho de 2020. De acordo com a PMC do IBGE, as vendas recuaram 0,8% no comércio varejista ampliado no primeiro trimestre (+2,3% no restrito). Pernambuco e Bahia, únicos estados a apresentar queda no comércio ampliado, foram responsáveis pelo desempenho negativo no Nordeste, que decorreu principalmente da queda nas vendas de veículos, motocicletas, partes e peças.

As estatísticas de emplacamento de veículos da Fenabrave corroboram tal cenário, apontando decréscimo nas vendas dos três principais estados da região – Bahia, Ceará e Pernambuco – no trimestre terminado em abril (série dessazonalizada). Por outro lado, as vendas de motocicletas no Nordeste continuaram a mostrar comportamento positivo.

Consumo das famílias

Os indicadores de confiança evidenciam resultados mistos. Apesar da redução na margem, a confiança dos empresários do comércio permanece em zona de otimismo, segundo o Icec da CNC. As famílias, em contrapartida, ainda se situam em zona pessimista, de acordo com o índice Intenção de Consumo das Famílias (ICF) da CNC, embora registre-se aumento na intenção de consumo.

Os serviços não financeiros apresentaram alta de 1,7% no trimestre, de acordo com dados da PMS do IBGE, sendo que todos os estados nordestinos já se encontram em patamar acima da pandemia. No recorte por atividade, apenas os serviços prestados às famílias ainda não recuperaram o patamar anterior ao início da crise sanitária. Nas atividades turísticas, após altas expressivas em 2021, o comportamento trimestral continuou a indicar expansão da atividade em 2022 nos estados pesquisados, em ambiente de retomada do turismo interno.

A produção de grãos no Nordeste deverá atingir 25,3 milhões de toneladas em 2022 de acordo com o LSPA do IBGE. O número representa alta de 9,9% ante a safra anterior, impulsionada pelo crescimento nas safras de soja, feijão e milho. Dentre os estados, sobressaem elevações de 20,0% na produção de grãos do Piauí (alta de 14,0% na colheita da soja) e de 6,2% na Bahia (4,0% em soja).

A economia nordestina manteve desempenho positivo no início de 2022, com destaque para a continuidade do avanço da indústria. Em perspectiva, a recuperação do setor de serviços, a melhoria do mercado de trabalho e os efeitos dos programas de transferência de renda do governo federal devem sustentar a atividade econômica da região.

Fonte: O Estado CE

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