Os economistas do mercado financeiro reduziram de 6,82% para 6,7% a estimativa de inflação para este ano. Os dados são do relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira (29) pelo Banco Central. Esta foi a nona queda seguida da estimativa do mercado financeiro para a inflação deste ano. A previsão dos especialistas para este ano está acima da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC e é definida pelo Conselho Monetário Nacional (3,5%), com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Desta forma, o limite inferior é de 2,25% e o superior de 5,25%.
Ao longo do mês de julho, a inflação recuou 0,68%, depois de aumento de 0,67% registrada no mês anterior. Com isso, o IPCA acumula avanço de 4,77%, no ano, e 10,07%, em 12 meses. No mês de agosto, o IPCA-15, a prévia da inflação oficial, também registrou deflação de 0,73%, menor que a de junho (alta de 0,13%), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Com relação à taxa de juros, para alcançar a meta de inflação, o BC adota como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida atualmente em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Esse percentual é o maior desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano.
O mercado financeiro mantém a expectativa de que a Selic conclua o ano nesse patamar, sem alterações, segundo o BC. Para o fim de 2023, no entanto, a projeção é de que a taxa básica caia para 11% ao ano, enquanto que para 2024 e 2025, a previsão é de Selic em 8% ao ano e 7,5% ao ano, respectivamente.
Entenda
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o objetivo da medida é conter a demanda aquecida. A situação resulta nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança, reduzindo o poder de compra das pessoas, motivo pelo qual taxas altas dificultam a expansão da economia. Além da taxa Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Quando ocorre o contrário, ou seja, redução da Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.
Câmbio e PIB
Com relação às projeções para o câmbio e o Produto Interno Bruto (PIB), o mercado elevaram a projeção para o crescimento da economia brasileira este ano de 2,02% para 2,10%. Para 2023, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – é de crescimento de 0,37%. Em 2024 e 2025, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,8% e 2%, respectivamente. Quanto ao dólar, a expectativa para a cotação fixou-se em R$ 5,20 para o final deste ano, enquanto para o fim de 2023, a previsão é de que a moeda americana também fique nesse mesmo patamar.